Mais uma triste notícia: despedimento colectivo no Rádio Clube. Segundo o DN de Lisboa que cita a agência Lusa, a "Media Capital Rádios (MCR) avançou com um processo de despedimento colectivo que abrange 10 trabalhadores do Rádio Clube Português para reduzir os custos da empresa, confirmaram a administração e alguns dos jornalistas visados. Os despedimentos são "fruto de uma reestruturação interna" e abrangem apenas o Rádio Clube Português, garantiu à Lusa fonte oficial da Media Capital. Segundo a mesma fonte, no âmbito da nova estratégia da estação "era necessário fazer alguns ajustes". O director do Rádio Clube Português, Vítor Moura, anunciou na semana passada que a estação ia adoptar segunda-feira um novo posicionamento, passando a dedicar-se a um "ouvinte adulto e urbano que gosta de estar informado mas também gosta de boa companhia enquanto viaja ou trabalha". A decisão de avançar com o despedimento colectivo já começou a ser anunciada aos funcionários visados que terão agora de formar uma comissão de representantes para negociar o processo com a administração. "Informaram-me que fui incluído num processo de despedimento colectivo, iniciado por causa da situação financeira muito grave da empresa", disse hoje à Lusa o jornalista Luís Claro, acrescentando que a direcção não pôs em causa o trabalho que desempenhou no Rádio Clube ao longo dos últimos três anos e meio. Luís Claro adiantou que pelo menos mais dois jornalistas já foram notificados do despedimento. Também o jornalista Pedro Múrias foi notificado hoje pela administração, tendo-lhe sido explicado que a decisão se prende com uma "redução de custos".
***
Sindicato dos Jornalistas considera despropositado
Entretabnto, e segundo o mesmo jornal, o Sindicato dos Jornalistas (SJ) repudiou o despedimento colectivo no Rádio Clube Português "comunicado já a vários trabalhadores, considerando a medida "despropositada e injusta" já que a empresa pretende fazer um reforço da informação. "As informações de que o SJ dispõe permitem concluir que nessa intenção estão abrangidos vários jornalistas. Mas, independentemente do número de afectados, o SJ não pode deixar de repudiar a medida anunciada, considerando-a despropositada e injusta", refere o Sindicato num comunicado hoje divulgado. Para o SJ, o reforço da informação no Rádio Clube Português, anunciado na semana passada, "não é coerente com a redução de efectivos pretendida, a menos que a empresa pretenda recorrer a formas acrescidas de exploração, intensificação do trabalho precário e utilização de mão-de-obra ilegal, designadamente de estudantes". No comunicado, o sindicato salienta ainda que a rádio em questão faz parte do único grupo de media a não sofrer quebras de receita publicitária e que, neste contexto, "os jornalistas e outros trabalhadores abrangidos pela intenção de despedimento colectivo, assim como todos os restantes trabalhadores, têm todas as razões para resistirem a mais esta ofensiva contra o seu inalienável direito ao trabalho".
Sem comentários:
Enviar um comentário