quinta-feira, setembro 24, 2009

A propósito de mandatos...

Normalmente as pessoas, mesmo algumas mais directamente ligadas à política, fazem confusão quando se trata de "fazer contas" à eleição dos deputados. E nem falo no risco que é utilizarmos como elemento de comparação, eleições diferentes. Como é sabido, os deputados são eleitos pelo método de Hondt com base nos votos dos partidos e não com base nas percentagens dos partidos. No quadro abaixo vemos como foram eleitos os seis mandatos nas legislativas de 2005 (considerando as votações dos partidos, divide-se estes resultados por 2, 3, 4, 5 e sucessivamente, apurando-se valores nessas divisões que são essenciais no apuramento dos mandatos):

É errado, portanto, estabelecer distâncias, para efeitos de eleição de deputados, considerando os resultados das operações de divisões dos votos de partidos, com votações totais de outros partidos (por exemplo no quadro acima não se pode comprar os totais do CDS/PP com os valores do PSD ou do PS na divisão por 34 ou por 4). Porque não é assim. Por exemplo, no quadro abaixo percebemos que o PSD para eleger o 4º mandato em 20905, "roubando-o" ao PS, a diferença não é a que existe entre a divisão por 4 do PSD e a divisão de 3 do PS que valeu aos socialistas o 3º deputado e 6º mandato da região:

Para que o PSD pudesse ter feito o 4-2 em mandatos tinha de acontecer o seguinte:


Quando esta semana ouvi o PCP garantir que nunca esteve tão perto de eleger um deputado, bastou-me ter presente este quadro para perceber o enorme fosse entre a demagogia de comícios, pura propaganda, e a realidade.

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