sexta-feira, outubro 15, 2021

Nota: um Rio que ainda não despediu as vestes de dirigente autárquico local



Pensava eu que o PSD tinha tido tempo suficiente para aprender a lição e combater os “milagreiros” idiotas que pensam nos seus interesses e nos lugares - bastou que se falasse em crise política e num potencial cenário de eleições antecipadas, e com ela nos 80 a 90 lugares a eleger em São Bento, para que todos percebessem o que querem certos “salvadores” de coisa nenhuma que conspurcam a política e ridicularizam os partidos.

Eu não sei se é desta que Rangel concretizará a sua ambição desde que Passos o humilhou em anteriores directas no PSD mas que valeram ao derrotado um tacho europeu. O que eu sei é que Rangel andou “pelas Europas” desde 2009 e que em 2019 protagonizou - com um PS em alta - um humilhante resultado eleitoral para o PSD, com menos de 750 mil votos e uns insignificantes 24%, 6 eleitos!

Não quero com isto dizer que defenda a continuidade "deste" Rio sem chama, sem perfil, sem capacidade de mobilizar o PSD e de ganhar o voto do eleitorado do centro que faz as suas descomprometidas opções eleitorais em função de factos e acontecimentos. da agenda política e mediática. Mas também não sei se entre Rio e Rangel - estranhamente muito apressado em chegar ao cadeirão da São Caetano antes de legislativas... - curiosamente ambos do Porto, haverá tanta diferença assim e para melhor. Duvido. Uma coisa eu sei, com Rangel o PSD virará à direita no discurso e na gestão das relações com o poder socialista, algo que eu acredito que nem o CDS nem o Chega apreciarão.

O que Rio ainda não percebeu, e daí a sua fragilidade e uma aparentemente confusão e dificuldade em lidar com a estratégia partidária do PSD face ao PS e a Costa, é que ele - que nunca foi ministro e construiu o seu mediatismo político na Câmara do Porto, ao contrário de Costa que tem outra tarimba curricular - deixou de ser um dirigente local, neste caso do Porto, e que a amizade que tem por Costa pelo simples facto de terem liderado as duas principais autarquias do país, em simultâneo não pode ser impeditiva de nada nem condicionar seja o que for, a começar pelo discurso político do PSD. Se ele entender isso, talvez consiga inverter a tendência de "despacho" que parece pender sobre a sua cabeça. Se persistir nesse erro, então não pode continuar a pensar que os méritos das autárquicas, imputáveis essencialmente aos candidatos locais, se ficam a dever ao líder do PSD. Puro engano



Neste momento Rui Rio dificilmente parece ter o ambiente político e o perfil necessários para levar o PSD a um resultado eleitoral nacional melhor do que as humilhações sofridas no pós-passismo - repito, as autárquicas resultaram sobretudo dos méritos dos candidatos locais e não propriamente do que Rio andou ou não a dizer na campanha eleitoral. Mas o que o PSD precisa interiorizar é a necessidade de saber, antes de qualquer aventureirismo, se consegue encontrar de um modo tão apressado uma alternativa mais consistente e mobilizadora que a actual liderança (fraca) de Rio e da sua equipa (de desconhecidos) (LFM)

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