quarta-feira, abril 22, 2020

"O pior ainda está para vir": OMS avisa que poucas pessoas desenvolveram anticorpos contra Covid-19

“Os dados sugerem que uma relativamente pequena percentagem da população do mundo possa ter sido infetada”, avisou o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, em conferência de imprensa. “Não mais do que dois a três por cento”. A conclusão foi obtida após a realização de testes serológicos para descobrir que percentagem de pessoas foi contagiada e desenvolveu anticorpos contra a Covid-19. Na mesma conferência de imprensa esteve Maria Van Kerkhove, especialista em doenças infeciosas e membro da Organização Mundial da Saúde, que alertou que até agora os peritos acreditavam que o número de infetados a nível global fosse superior. Sublinhou, porém, que ainda é cedo para se poderem tirar conclusões definitivas, até porque alguns estudos são contraditórios. Ainda na sexta-feira, um estudo realizado no Estado norte-americano da Califórnia revelou que, apesar de a região apenas possuir cerca de mil casos confirmados de Covid-19, os testes a anticorpos sugeriram que já tinham sido infetadas entre 48 mil a 81 mil pessoas, mas que estas não desenvolveram sintomas. Kerkhove avisou ainda que, mesmo quando os testes mostram que alguém possui anticorpos, não fica provado que essa pessoa seja imune à Covid-19. “Neste momento não possuímos qualquer prova de que o uso de um teste serológico prove que um indivíduo tenha imunidade ou esteja protegido de uma reinfeção”, argumentou.

“Alívio de restrições não significa o fim da epidemia”
Na conferência de imprensa de segunda-feira, o diretor-geral da OMS alertou que o levantamento de restrições em cada país deve ser feito de forma gradual e que este alívio “não significa o fim da epidemia em qualquer país”. “Acabar com a epidemia exige um esforço contínuo por parte dos indivíduos, comunidades e governos”, explicou, acrescentando que “o pior ainda está para vir”, uma vez que este “é um vírus que muitas pessoas ainda não compreendem”. Tedros Adhanom Ghebreyesus avisou ainda que a população mundial se deve preparar para uma nova forma de vida de modo a permitir que as sociedades funcionem enquanto o novo coronavírus continua a ser combatido. “Pelo menos até que seja encontrada uma vacina ou um tratamento muito eficaz, este processo terá de tornar-se a nossa nova normalidade”, defendeu. O novo coronavírus já infetou quase dois milhões e meio de pessoas em todo o mundo, das quais 629 mil conseguiram recuperar. O números de mortes a nível global aproxima-se de 170 mil. 

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