quinta-feira, abril 30, 2020

Companhias aéreas poderão demorar cinco anos a recuperar do COVID-19, diz a Airbus

A pandemia é a «crise mais grave que a indústria aeroespacial já conheceu». Quem o diz é Guillaume Faury, CEO da Airbus, uma das principais fabricantes de aviões a nível global. Em declarações reportadas pelo jornal The Guardian, o responsável sublinha que as companhias aéreas poderão demorar pelo cinco anos a recuperar da crise provocada pelo COVID-19. Um dos principais entraves à recuperação será a confiança dos consumidores – ou a falta dela. Os passageiros deverão mostrar reticência a viajar para outros países com medo de uma possível infecção. No primeiro trimestre deste ano, a Airbus viu os lucros caírem 49% para 281 milhões de euros. As receitas, por seu turno, registaram um recuo de perto de dois mil milhões de euros, fixando-se nos 10,6 mil milhões de euros. Entre Janeiro e Março, a empresa não pôde entregar mais de 60 aviões aos seus clientes devido a restrições impostas na sequência da pandemia. O comentário de Guillaume Faury chega depois de a British Airways, um dos seus principais clientes, ter anunciado ontem ao final do dia que pretende cortar 12 mil postos de trabalho. Este número corresponde a perto de um terço da força laboral total da companhia aérea britânica.
Em entrevista à BBC Radio, o secretário-geral da associação de pilotos da British Airlines (Balpa) garantiu que a onda de despedimentos não era esperada, uma vez que ainda é muita a incerteza em torno do sector da aviação. Brian Strutton sublinhou ainda a falta de apoio por parte do governo liderado por Boris Johnson, indicando mesmo que essa foi uma das razões dadas pela companhia aérea para os cortes. A própria Airbus também equaciona despedir funcionários, segundo indica o The Guardian. Com 135 mil colaboradores a nível mundial, poderá encontrar nos despedimentos uma forma de reduzir custos e compensar a queda nas encomendas de novos aviões. No entanto, não será uma opção para já. «Para nós, a prioridade mais urgente é implementar um plano de contenção de dinheiro a curto prazo», sublinha Guillaume Faury.

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