As perguntas que eu
gostaria de fazer numa conferência de imprensa dedicada a esta pandemia (a
minha carteira profissional devidamente actualizada nº 134-A só a perderei
quando iniciar a tal grande viagem):
- os testes
encomendados pela RAM aos EUA já chegaram à Madeira?
- se os testes não
chegaram ainda à RAM, quantos existem em stock?
- quem coordena na
RAM as orientações em matéria de testes? Quais são as diretrizes concretas para
esta matéria específica?
- qual o custo de
cada teste, quer na compra, quer no final da linha depois da sua aplicação e
apuramento de dados? A minha questão tem a ver apenas com a necessidade de
percebermos se faz ou não sentido falarmos em racionamento na sua utilização -
questão recorrentemente suscitada nas conferências de imprensa da DGS - ou há
tão somente critérios de racionalidade. Para isso é importante termos a noção
do valor unitário dos testes
- É ou não verdade
que havendo mais testes haverá naturalmente mais casos positivos? Será por
causa disso que há um evidente e cauteloso recurso à realização de mais testes?
- que medidas foram
tomadas nos lares de idosos da RAM? Quando lares privados estão em
funcionamento e quantos dependem directamente do sector público? Qual a
população neste momento utente dos lares de idosos?
- quanto tempo demora
a conhecermos os resultados dos testes realizados e eles ficam imediatamente
válidos ou essa validação depende de alguma entidade externa à RAM?
- no que toca ao
tratamento e divulgação dos dados da pandemia existe alguma relação
informática, ou alguma plataforma comum, entre a RAM e a DGS em Lisboa? Ou não
há qualquer comunicação institucional e relação no que a esta matéria diz
respeito
- A SRS tem
conhecimento dos doentes naturais da Madeira que estejam no Continente comprovadamente
afectados pelo Covid19? Isto na eventualidade de posteriormente pretenderem
regressar à RAM
- se tem sido
referido que a DGS inclui nos casos atribuídos diariamente à Madeira, doentes
infectados, que estão no Continente mas que têm residência na Madeira,
pergunta-se: alguns desses são estudantes? Por exemplo em 31 de Março a DGS deu
48 casos comprovados na RAM mas o IASAUDE deu apenas 42. Significa isto que há
6 doentes com residência na Madeira que estão infectados no Continente onde a
positividade foi detectada?
- No caso dos doentes
na Ponta do Sol - situação que depois teve relações com a Ribeira Brava devido
a actividades profissionais e consequentes contactos pessoais e a relações familiares
que não se limitaram apenas à Ponta do Sol - pergunta-se: logo que surgiu o
primeiro caso naquela família (não sei quando foi) os demais membros do
agregado e familiares mais próximos e com relações potencialmente verificáveis,
foram imediatamente testados? Ou os casos foram surgindo em cadeia sem antecipação
clínica (propiciada pelos testes)?
- o que significa em
termos clínicos, e muito concretamente, sem meias-palavras, a expressão
"vigilância activa", presumo que quase 800 casos na RAM? O que
implica de facto em termos de procedimentos médicos?
- Porque estamos a
falar para a opinião pública em geral, que tem que perceber
"limpinho" o que as pessoas dizem, o que significam em termos médicos
e de prevenção do covid19, os casos em "autovigilância"? Que
procedimentos médicos são adoptados para estas situações, julgo que hoje mais
de 1.700 na RAM?
- quais as encomendas
da RAM em termos de material de protecção para profissionais de saúde,
bombeiros e agentes da ordem pública? Quais as quantidades e que tipo
discriminado de equipamento foi solicitado?
- Como é que a RAM
tem acesso às compras que o Estado tem efectuado, de material clínico,
nomeadamente o proveniente da China? É feita uma distribuição proporcional ou
tem apenas a ver com a pressão dos casos positivos e dos casos sob vigilância?
- é ou não factual, e
verdade, que não existe equipamento suficiente para ser distribuído aos
profissionais de saúde, nomeadamente viseiras, óculos, toucas, batas clínicas,
máscaras tipo fp2 e fp3, para uso mais prolongado e em situações potencialmente
mais vulneráveis, luvas clínicas e máscaras de protecção das ditas
"normais" e de uso mais pontual?
- Os bombeiros,
profissionais da EMIR e agentes da ordem, chamados a maior intervenção social,
tem ao seu dispor equipamentos de protecção suficientes? Quais as quantidades distribuídas
e que tipo de equipamento foi enviado?
- Existe algum plano
B, C, ou D. e apenas em caso de agravamento (hoje há apenas 6 profissionais de
saúde sob vigilância) que preveja locais de acolhimento destinados a esses
profissionais caso sejam testados positivos e que precisam de manter-se em
isolamento obrigatório durante um determinado período de tempo que não nas suas
casas em contacto potencial com terceiros?
- Nos 42 casos
confirmados em 31.3.2020, quantos são profissionais de saúde? Quantos estão nos
escalões etários inferiores a 25 anos? Os casos de profissionais de saúde sob
vigilância ou eventualmente positivados (?) pertencem todos apenas à unidade
especial Covid19 do Hospital Nélio Mendonça ou trabalham noutras áreas clínicas
no hospital em causa?
- No hospital dos
Marmeleiros a situação está controlada dado que estão lá internados doentes com
várias sintomatologias e de uma maneira geral com mais idade?
- Há bombeiros,
profissionais da EMIR ou agentes da ordem na RAM que tenham sido positivos ou
estejam sob vigilância activa? Quantos?
- A chamada
quarentena obrigatória obriga à realização de testes clínicos a todos os que se
encontram nessa situação? Qual o balanço até este momento? Quantos testes foram
realizados e quantos positivos, caso tenha havido? Os emigrantes oriundos de
países com situações graves de infeção, nomeadamente França ou Reino Unido, são
alvo de acompanhamento especial ou não?
- Uma informação
médica para desmontar mitos e evitar libertinagem comportamental: a quarentena obrigatória
e a eventual realização de testes (não positivos) não garante imunidade a
ninguém?
- Quantos casos foram
relatados pelas autoridades policiais de tentativas de fuga à quarentena
obrigatória?
- quantas pessoas
estão adstritas à task force do Covid19 criada no HNM? Quais as especialidades
dos médicos envolvidos neste serviço? E quantos profissionais estão em segunda
linha caso seja necessário (médicos, enfermeiros, assistentes operacionais,
etc)? Esses profissionais beneficiam de subsídio de risco como faria todo o
sentido?
- Gostaria
de saber como é feito o controlo, e por quem, dos doentes positivos que ficam
em isolamento nas suas residências por apresentarem sintomas ligeiros, na
versão oficial do IASAUDE
- É ou não verdade que a PSP já foi
obrigada a intervir em pelo menos 3 casos de doentes confinados em casa - não
identifico os locais por opção pessoal de reserva - que pretendiam furtar-se ao
isolamento pondo em perigo terceiros?
- Confirma-se que os autarcas dos
concelhos onde já há casos, não conhecem a identidade e morada dos doentes
afectados mantendo o compromisso de confidencialidade? Essas informações são
passadas para a PSP para efeitos de controlo efectivo dos doentes confinados em
casa?
- Depois das declarações do autarca de
Machico, desmentindo o SRS, pergunto afinal que tipo de relações existem entre
o GRM e as Câmaras Municipais, e para quê concretamente? É verdade que há
autarcas que se queixaram ao GRM de saberem de decisões tomadas envolvendo os
seus concelhos apenas pelos meios de comunicação social?
- Não seria recomendável que esses doentes
que se encontram nas suas casas fossem todos transferidos para uma unidade
hoteleira em nome da precaução e do pragmatismo? Ou não há perigos médicos que
o justifiquem? Confirma-se ou não que houve um médico chinês que referiu que
esse foi o maior erro cometido em Itália, terem mantido em casa doentes que os
testes revelaram positivos?
- A SRS está na posse de todo o
percurso dos doentes positivos antes de reterem sido detectados como tal? Onde
estiveram, com quem estiveram, que outros contactos tiveram, etc?
- Que garantias existem de que esses
doentes estarão efectivamente em isolamento total nas suas residências sem
oferecerem perigo de contágio potencial a terceiros?
- Os 80 mais 23 ventiladores
que vão chegar - revelação em 31 de Março - são suficientes para o SRS da
Madeira?
- Depois de controlada a pandemia e deixarem
de ser necessárias, as unidades hoteleiras da RAM usadas para confinamentos e
quarentenas serão obrigatoriamente objecto de tratamento desinfectante e de
limpeza? Que tipo de tratamento? Não oferecerão riscos potenciais futuros aos
utentes devido ao tempo de vida curto do vírus em superfícies mais
contamináveis?
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