quarta-feira, abril 01, 2020

Notas: as perguntas que eu gostaria de fazer à SRS

As perguntas que eu gostaria de fazer numa conferência de imprensa dedicada a esta pandemia (a minha carteira profissional devidamente actualizada nº 134-A só a perderei quando iniciar a tal grande viagem):

- os testes encomendados pela RAM aos EUA já chegaram à Madeira?
- se os testes não chegaram ainda à RAM, quantos existem em stock?
- quem coordena na RAM as orientações em matéria de testes? Quais são as diretrizes concretas para esta matéria específica?
- qual o custo de cada teste, quer na compra, quer no final da linha depois da sua aplicação e apuramento de dados? A minha questão tem a ver apenas com a necessidade de percebermos se faz ou não sentido falarmos em racionamento na sua utilização - questão recorrentemente suscitada nas conferências de imprensa da DGS - ou há tão somente critérios de racionalidade. Para isso é importante termos a noção do valor unitário dos testes
- É ou não verdade que havendo mais testes haverá naturalmente mais casos positivos? Será por causa disso que há um evidente e cauteloso recurso à realização de mais testes?
- que medidas foram tomadas nos lares de idosos da RAM? Quando lares privados estão em funcionamento e quantos dependem directamente do sector público? Qual a população neste momento utente dos lares de idosos?
- quanto tempo demora a conhecermos os resultados dos testes realizados e eles ficam imediatamente válidos ou essa validação depende de alguma entidade externa à RAM?
- no que toca ao tratamento e divulgação dos dados da pandemia existe alguma relação informática, ou alguma plataforma comum, entre a RAM e a DGS em Lisboa? Ou não há qualquer comunicação institucional e relação no que a esta matéria diz respeito
- A SRS tem conhecimento dos doentes naturais da Madeira que estejam no Continente comprovadamente afectados pelo Covid19? Isto na eventualidade de posteriormente pretenderem regressar à RAM
- se tem sido referido que a DGS inclui nos casos atribuídos diariamente à Madeira, doentes infectados, que estão no Continente mas que têm residência na Madeira, pergunta-se: alguns desses são estudantes? Por exemplo em 31 de Março a DGS deu 48 casos comprovados na RAM mas o IASAUDE deu apenas 42. Significa isto que há 6 doentes com residência na Madeira que estão infectados no Continente onde a positividade foi detectada?
- No caso dos doentes na Ponta do Sol - situação que depois teve relações com a Ribeira Brava devido a actividades profissionais e consequentes contactos pessoais e a relações familiares que não se limitaram apenas à Ponta do Sol - pergunta-se: logo que surgiu o primeiro caso naquela família (não sei quando foi) os demais membros do agregado e familiares mais próximos e com relações potencialmente verificáveis, foram imediatamente testados? Ou os casos foram surgindo em cadeia sem antecipação clínica (propiciada pelos testes)?
- o que significa em termos clínicos, e muito concretamente, sem meias-palavras, a expressão "vigilância activa", presumo que quase 800 casos na RAM? O que implica de facto em termos de procedimentos médicos?
- Porque estamos a falar para a opinião pública em geral, que tem que perceber "limpinho" o que as pessoas dizem, o que significam em termos médicos e de prevenção do covid19, os casos em "autovigilância"? Que procedimentos médicos são adoptados para estas situações, julgo que hoje mais de 1.700 na RAM?
- quais as encomendas da RAM em termos de material de protecção para profissionais de saúde, bombeiros e agentes da ordem pública? Quais as quantidades e que tipo discriminado de equipamento foi solicitado?
- Como é que a RAM tem acesso às compras que o Estado tem efectuado, de material clínico, nomeadamente o proveniente da China? É feita uma distribuição proporcional ou tem apenas a ver com a pressão dos casos positivos e dos casos sob vigilância?
- é ou não factual, e verdade, que não existe equipamento suficiente para ser distribuído aos profissionais de saúde, nomeadamente viseiras, óculos, toucas, batas clínicas, máscaras tipo fp2 e fp3, para uso mais prolongado e em situações potencialmente mais vulneráveis, luvas clínicas e máscaras de protecção das ditas "normais" e de uso mais pontual?
- Os bombeiros, profissionais da EMIR e agentes da ordem, chamados a maior intervenção social, tem ao seu dispor equipamentos de protecção suficientes? Quais as quantidades distribuídas e que tipo de equipamento foi enviado?
- Existe algum plano B, C, ou D. e apenas em caso de agravamento (hoje há apenas 6 profissionais de saúde sob vigilância) que preveja locais de acolhimento destinados a esses profissionais caso sejam testados positivos e que precisam de manter-se em isolamento obrigatório durante um determinado período de tempo que não nas suas casas em contacto potencial com terceiros?
- Nos 42 casos confirmados em 31.3.2020, quantos são profissionais de saúde? Quantos estão nos escalões etários inferiores a 25 anos? Os casos de profissionais de saúde sob vigilância ou eventualmente positivados (?) pertencem todos apenas à unidade especial Covid19 do Hospital Nélio Mendonça ou trabalham noutras áreas clínicas no hospital em causa?
- No hospital dos Marmeleiros a situação está controlada dado que estão lá internados doentes com várias sintomatologias e de uma maneira geral com mais idade?
- Há bombeiros, profissionais da EMIR ou agentes da ordem na RAM que tenham sido positivos ou estejam sob vigilância activa? Quantos?
- A chamada quarentena obrigatória obriga à realização de testes clínicos a todos os que se encontram nessa situação? Qual o balanço até este momento? Quantos testes foram realizados e quantos positivos, caso tenha havido? Os emigrantes oriundos de países com situações graves de infeção, nomeadamente França ou Reino Unido, são alvo de acompanhamento especial ou não?
- Uma informação médica para desmontar mitos e evitar libertinagem comportamental: a quarentena obrigatória e a eventual realização de testes (não positivos) não garante imunidade a ninguém?
- Quantos casos foram relatados pelas autoridades policiais de tentativas de fuga à quarentena obrigatória?
- quantas pessoas estão adstritas à task force do Covid19 criada no HNM? Quais as especialidades dos médicos envolvidos neste serviço? E quantos profissionais estão em segunda linha caso seja necessário (médicos, enfermeiros, assistentes operacionais, etc)? Esses profissionais beneficiam de subsídio de risco como faria todo o sentido?
-     Gostaria de saber como é feito o controlo, e por quem, dos doentes positivos que ficam em isolamento nas suas residências por apresentarem sintomas ligeiros, na versão oficial do IASAUDE
- É ou não verdade que a PSP já foi obrigada a intervir em pelo menos 3 casos de doentes confinados em casa - não identifico os locais por opção pessoal de reserva - que pretendiam furtar-se ao isolamento pondo em perigo terceiros?
- Confirma-se que os autarcas dos concelhos onde já há casos, não conhecem a identidade e morada dos doentes afectados mantendo o compromisso de confidencialidade? Essas informações são passadas para a PSP para efeitos de controlo efectivo dos doentes confinados em casa?
- Depois das declarações do autarca de Machico, desmentindo o SRS, pergunto afinal que tipo de relações existem entre o GRM e as Câmaras Municipais, e para quê concretamente? É verdade que há autarcas que se queixaram ao GRM de saberem de decisões tomadas envolvendo os seus concelhos apenas pelos meios de comunicação social?
- Não seria recomendável que esses doentes que se encontram nas suas casas fossem todos transferidos para uma unidade hoteleira em nome da precaução e do pragmatismo? Ou não há perigos médicos que o justifiquem? Confirma-se ou não que houve um médico chinês que referiu que esse foi o maior erro cometido em Itália, terem mantido em casa doentes que os testes revelaram positivos?
- A SRS está na posse de todo o percurso dos doentes positivos antes de reterem sido detectados como tal? Onde estiveram, com quem estiveram, que outros contactos tiveram, etc?
- Que garantias existem de que esses doentes estarão efectivamente em isolamento total nas suas residências sem oferecerem perigo de contágio potencial a terceiros?
- Os 80 mais 23 ventiladores que vão chegar - revelação em 31 de Março - são suficientes para o SRS da Madeira?
- Depois de controlada a pandemia e deixarem de ser necessárias, as unidades hoteleiras da RAM usadas para confinamentos e quarentenas serão obrigatoriamente objecto de tratamento desinfectante e de limpeza? Que tipo de tratamento? Não oferecerão riscos potenciais futuros aos utentes devido ao tempo de vida curto do vírus em superfícies mais contamináveis?

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