quinta-feira, abril 02, 2020

Nota: uma chamada de atenção ao HNM



Há uma coisa que eu não entendo: a Secretaria Regional dos Assuntos Sociais anuncia, e bem, um subsídio de risco para os profissionais que estão na primeira linha do combate ao Covid19, nomeadamente os que integram a chamada unidade especial criada no Hospital Nélio Mendonça. Nada a opor quanto a isso. O que se lamenta é critérios dúbios não sejam coerentes e uniformes. Porquê? Eu explico. Os profissionais dessa unidade covid19 estão devidamente protegidos e possuem todo o equipamento necessário ao seu trabalho. Mal seria que assim não fosse pelos riscos acrescidos que eventualmente correm. E os profissionais que estão nas urgências diárias no HNM em contacto com doentes que ali chegam e que nalguns casos podem ser potenciais fontes de contágio (e quantas suspeitas são apuradas e nem são noticiadas para evitar alarmismnos) sem que eles saibam nem os profissionais? Não há risco nenhum para quem está nas urgências diariamente? E quem é que decide e como é feita a distribuição diária de material de protecção dos profissionais de saúde na urgência hospitalar? Com o devido rtespeito não há um responsável pela enfermagem que deve tratar dos seus funcionários e um médico que deveria asusmir essa responsabilidade pertante os seus colegas médicos ali em servciço? E quem cuida dos asistentes operacioinais igualmente importantes e que dão apoio na uirgência? Centralizar essa tarefa de distribuição de equipamentos numa pessoa apenas é intolerável e um perigo além de que não é o melhor procedimento, nestes tempos mais exigentes e de maior pressão e ansiedade entre os profissionais. Esclareçam isso. Há ou não racionamento de equipamento de protecção nas urgências hospitalares? Há. Há ou não falta de algum equipamento essencial? Há. O DN-Masdeira coloca hoje o dedo na ferida e dos Açoers veio um aviso sério em seguimento de outros lançados pelas Ordens de Médicos e de Enfermeiros. Querem que médicos, enfermeiros e assistentes façam a mesma ameaça que ontem foi feita nos Açores, de paralisarem tudo até que seja garantido esse equipamento de protecção? É preciso chegar a esse ponto? E por amor de Deus, não pensem que a teoria e a prática são semelhantes. Há uma diferença, há sempre, entre esquemas traçados numa folha de papel e depois a execução no terreno, a realidade vivida nos serviços. E só o medo, porque há medo, é que impede que estas situações sejam denunciadas com mais frequência. Há medo que não pode haver, que não deve haver. Digamos que bem vistas as coisas, e dado que os profissionais de saúde nas urgências são destratados em termos de equipamentos disponíveis - seria bom que algum meio de  comunicação social tentasse saber do que se passa junto dos profissionais no terreno e de como é feito o racionamento na distribuição de protecção a quem está na urgência, para que não dependam apenas da lenga-lenga de conferências de imprensa e da ideia de um paraíso imaginário onde há tudo e tudo funciona em pleno.
O que ocorre é que os profissionais de saúde na urgência (e nos demais serviços?) para terem direito ao equipamento de protecção adequada - por exemplo falamos da diferença entre máscaras clínicas simples e as máscaras FP2 - precisam de se irritar ao ponto de haver a ideia entre eles de que mais vale se oferecerem para serem colocados na tal unidade especial do covid19 porque aí não estão tão vulneráveis a uma eventual infeção, dado que possuem, e bem, os equipamentos necessários a essa actividade.Há uma coisa que eu não entendo: a Secretaria Regional dos Assuntos Sociais anuncia, e bem, um subsídio de risco para os profissionais que estão na primeira linha do combate ao Covid19, nomeadamente os que integram a chamada unidade especial criada no Hospital Nélio Mendonça. Nada a opor quanto a isso. O que se lamenta é critérios dúbios não sejam coerentes e uniformes. Porquê? Eu explico. Os profissionais dessa unidade covid19 estão devidamente protegidos e possuem todo o equipamento necessário ao seu trabalho. Mal seria que assim não fosse pelos riscos acrescidos que eventualmente correm. E os profissionais que estão nas urgências diárias no HNM em contacto com doentes que ali chegam e que nalguns casos podem ser potenciais fontes de contágio (e quantas suspeitas são apuradas e nem são noticiadas para evitar alarmismos) sem que eles saibam nem os profissionais? Não há risco nenhum para quem está nas urgências diariamente? E quem é que decide e como é feita a distribuição diária de material de protecção dos profissionais de saúde na urgência hospitalar? Com o devido respeito não há um responsável pela enfermagem que deve tratar dos seus funcionários e um médico que deveria assumir essa responsabilidade perante os seus colegas médicos ali em serviço? E quem cuida dos assistentes operacionais igualmente importantes e que dão apoio na urgência? Centralizar essa tarefa de distribuição de equipamentos numa pessoa apenas é intolerável e um perigo além de que não é o melhor procedimento, nestes tempos mais exigentes e de maior pressão e ansiedade entre os profissionais. Esclareçam isso. Há ou não racionamento de equipamento de protecção nas urgências hospitalares? Há. Há ou não falta de algum equipamento essencial? Há. O DN-Madeira coloca hoje o dedo na ferida e dos Açores veio um aviso sério em seguimento de outros lançados pelas Ordens de Médicos e de Enfermeiros. Querem que médicos, enfermeiros e assistentes façam a mesma ameaça que ontem foi feita nos Açores, de paralisarem tudo até que seja garantido esse equipamento de protecção? É preciso chegar a esse ponto? E por amor de Deus, não pensem que a teoria e a prática são semelhantes. Há uma diferença, há sempre, entre esquemas traçados numa folha de papel e depois a execução no terreno, a realidade vivida nos serviços. E só o medo, porque há medo, é que impede que estas situações sejam denunciadas com mais frequência. Há medo que não pode haver, que não deve haver. Digamos que bem vistas as coisas, e dado que os profissionais de saúde nas urgências são destratados em termos de equipamentos disponíveis - seria bom que algum meio de comunicação social tentasse saber do que se passa junto dos profissionais no terreno e de como é feito o racionamento na distribuição de protecção a quem está na urgência, para que não dependam apenas da lenga-lenga de conferências de imprensa e da ideia de um paraíso imaginário onde há tudo e tudo funciona em pleno.
Mas a vida hospitalar não se limita a essa unidade, nem à teoria deslocada do "mundo covid19". Não há nada disso, há um mundo real para além dessa linha, há uma realidade e um ambiente hospitalar que sendo agora mais exigente e suscitar mais preocupações - devido a uma pandemia que implica medidas especiais que não podem ser segregacionistas, em termos de quererem catalogar profissionais de 1º, 2º ou 3º níveis ditados em função de critérios de avaliação de risco diferentes que não fazem sentido.
Não, não é do caos, as coisas funcionam, as pessoas estão mobilizadas, empenhadas, conscientes dos seus deveres mas apreensivas com este receio em torno da falta de material de protecção adequadamente distribuído a quem está de serviço e em contacto com doentes que chegam aos serviços por via das urgências. O HNM não passou a ter uma porta apenas de entrada de doentes, nem os doentes que ali vão são todos com suspeitas de covid19. A esmagadora maioria não tem nada a ver com a pandemia, graças a Deus. Mas pode haver entre esses riscos potenciais que são detectados muitas vezes durante uma consulta, um exame, etc. Aliás era bom que alguém interrogasse os participantes na conferência de imprensa do IASAUDE sobre isto: quantos profissionais de saúde estiveram em quarentena com suspeita de infecção, quantos deles fizeram testes e deram positivos (e neste caso quantos estão entre os casos confirmados) e quais os serviços hospitalares a que esses profissionais de saúde pertencem. Com esses dados - que eu sei que não vos darão - é fácil entender a razão e acuidade deste meu post que aqui fica para memória futura. Sem exageros, sem alarmismos, sem, manipulação, sem colocar em causa as boas intenções de quem lidera, sem questionar o esforço da administração hospitalar em dotar os serviços do que precisam e é necessário. Mas não se distorça a realidade. Há insuficiências, ponto. Faço-o apenas com verdade, factualidade e à cautela. Resta às pessoas acreditarem ou não no que escrevo assumindo toda a responsabilidade pelo que escrevo (LFM)

Nota: uma vez mais recomendo que vejam o video sobre o Hospital em Nápoles, sobre a gestão do mesmo. É sempre importante saber o que fazem lá fora, mesmo no meio de uma tempestade como a que a Itália está a passar

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