Será que vou dizer
uma asneirada? Provavelmente sim. Mas na mesma aí vai. Devido ao impacto desta
pandemia na economia, nas empresas e nos trabalhadores, não seria de bom-tom
admitir que as empresas fossem estimuladas a constituírem um fundo -
obrigatório ou não? - destinado a acudir em situações inesperadas como esta que
hoje vivemos? O referido fundo, caso fosse obrigatório, teria que ser
estimulado pelo governo por via da fiscalidade, sendo excluído qualquer
pagamento à AT sobre todos os recursos financeiros, recursos próprios das
empresas, canalizados pelas empresas, no final de cada ano, para esse seu fundo
próprio. Os fundos empresariais seriam depositados numa instituição de crédito
e sem que fossem movimentados, salvo situações devidamente autorizadas pelas
entidades competentes para não implicar devolução de apoios recebidos para esse
fim. Não sei se isso é exequível, tal como não sei que a esmagadora maioria das
empresas teriam disponibilidades para isso. Mas a existência desses fundos -
mais do que revelarem as preocupações das empresas por situações semelhantes -
deveria ser tida em consideração pelo Estado na eventualidade de, em situações
extremas como esta, as empresas serem compensadas pelos cuidados mostrados ao
longo do exercício da sua actividade num cenário económico de normalidade. Tal
como o que havia em Janeiro deste ano, e que virou caos entre Fevereiro e Março
deste mesmo ano. As empresas teriam assim meios para responder de forma célere
a qualquer emergências, sem ficarem dependentes da morosidade burocrática do
Estado, que depois se encarregaria de ressarcir as empresas que tenham
respondido em caso de uma nova adversidade que nem precisa ser tão intensa e
tão caótica como a que ainda hoje vivemos. O que ocorre é que devido a esta
crise imensa as empresas, na sua quase totalidade ficaram sem recursos próprios
de prevenção para responderem de forma célere aos primeiros sinais do caos que
se adivinhava. E o Estado demorou ainda mais, aprovando medidas que foram sendo
anunciadas aos solavancos, à medida que um surpreendido governo foi constatando
a insuficiência das mesmas. Repito, estes fundos - no fundo uma poupança feita
pelas empresas - só serão viáveis, caso sejam possíveis e tudo isto não seja
uma perda de tempo da minha parte - teriam sempre que ser estimulados com
recurso a bonificações e estímulos fiscais (LFM)
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