domingo, abril 26, 2020

Haverá pessoas nas lojas quando a economia reabrir? Portugueses não querem sair à rua

A economia poderá começar a reabrir no início de Maio, mas haverá clientes nos estabelecimentos comerciais e pessoas a circular nas ruas? O Barómetro da Opinião Social sobre o COVID-19 elaborado pela Escola Nacional de Saúde Pública (Universidade Nova de Lisboa) indica que não há vontade de sair à rua. Citados pelo Diário de Notícias, os dados dão conta de que a confiança dos portugueses face à pandemia está a aumentar, mas que se nota alguma ansiedade e pouca vontade em voltar ao dia-a-dia normal. Há, entre a primeira e quarta semana, uma redução de cerca de 20% entre os que saem de casa “todos os dias”. Segundo o barómetro, os portugueses que saem de casa todos os dias ou quase diminuíram de 20,7% para 18,8% (são, sobretudo, homens). Quanto às faixas etárias, não se trata dos mais jovens (4,3%) ou dos idosos (6,9%), ao contrário do que poderia ser expectável. Verifica-se ainda que, na primeira semana de confinamento, cerca de 40% dizia que o regresso à vida normal aconteceria ao fim de dois meses. Agora, a maior parte continua a dar a mesma resposta, o que faz com que a data final seja arrastadada por mais 30 dias. Há também quem não tenha ideia de quando a sua vida voltará à normalidade (perto de 20%) e quem ache que vai levar mais do que três meses (24,5%).

Sónia Dias, a coordenadora científica do inquérito, considera que «é fundamental continuar a acompanhar como as pessoas vivem, pensam e sentem esta nova realidade». Em declarações ao Diário de Notícias, diz que é especialmente importante «quando se prevê, num futuro próximo, novas medidas que vão influenciar significativamente as nossas vidas». O barómetro, que tem por base mais de 165 mil questionários, revela também um recuo de aproximadamente 25% no número de pessoas que julga estar em “risco elevado” de contrarir a doença. A justificação estará numa maior confiança nas medidas de protecção implementadas, por exemplo. «Mesmo entre as pessoas que consideram actualmente ter um “risco elevado” de contrair COVID-19, a grande maioria está “confiante” ou “muito confiante” na capacidade de resposta do Governo (83,9%) e na dos serviços de saúde (81,4%) à pandemia provocada pela COVID-19», explica a investigadora. No início da pandemia, 7,5% das pessoas estava “muito confiante”; agora 16,2% apresenta este nível de confiança (Executive Digest)

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