quinta-feira, fevereiro 13, 2020

Venezuela: Gabinete de imprensa de Guaidó denuncia desaparecimento de tio do Presidente interino

Segundo o Centro de Comunicação Nacional, Juan José Márquez integrava a comitiva de Juan Guaidó no regresso ao país após um périplo internacional. O gabinete responsabiliza Nicolás Maduro e o diretor de segurança do aeroporto pela “integridade física” de Márquez. À chegada, simpatizantes de Maduro agrediram Guaidó na cara e rasgaram-lhe a camisa. O Centro de Comunicação Nacional, que funciona como gabinete de imprensa do autoproclamado Presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó, denunciou esta terça-feira o desaparecimento de um tio do líder da oposição a Nicolás Maduro.
“Denunciamos o desaparecimento de Juan José Márquez, tio do Presidente Guaidó, que acompanhava o mandatário no avião no momento da chegada à Venezuela”, escreveu aquele órgão no Twitter. O gabinete responsabiliza o Presidente Nicolás Maduro e o diretor de segurança do Aeroporto Internacional Simón Bolívar, em Maiquetía, pela “integridade física” de Márquez. “Depois de passar normalmente e estando prestes a sair, Márquez foi retido para uma alegada revista do Serviço Nacional Integrado de Administração Aduaneira e Tributária da Venezuela. Aproveitando o caos no aeroporto provocado pela violência da ditadura, retiveram o senhor Márquez enquanto o Presidente saía”, acrescentou o gabinete.

Segundo a comitiva de Guaidó, citada pela agência de notícias Europa Press, os familiares informaram que Márquez falou com eles e lhes disse que “só lhe exigiam que assinasse uns papéis para sair”. “A partir desse momento, não se voltou a saber dele”, acrescentaram, exigindo a sua “libertação”.
Guaidó atacado no regresso à Venezuela
O Presidente interino foi agredido no seu regresso à Venezuela esta terça-feira, depois de chegar pelas 17h locais (21h em Portugal Continental) a bordo de um avião da TAP. Simpatizantes de Maduro agrediram-no na cara e rasgaram-lhe a camisa, perante a indiferença de agentes da Guarda Nacional Bolivariana, noticiou a agência Lusa. O dirigente da oposição chegava de um périplo iniciado a 19 de janeiro na Colômbia e que o levou também a Inglaterra, Suíça, Espanha, Canadá, França e EUA. Guaidó encontrou-se com vários dirigentes, incluindo o Presidente norte-americano, Donald Trump. Guaidó conseguiu entrar numa carrinha branca, que foi esmurrada e golpeada com objetos empunhados pelos adversários. Os simpatizantes do regime agrediram pelo menos sete jornalistas e obrigaram os profissionais da comunicação social a sair do aeroporto.
“Chegou a hora. A ditadura nunca esteve tão isolada”
Pouco antes de uma aparição pública na Praça Bolívar de Chacao, na capital venezuelana, Guaidó deixou uma mensagem no Twitter. “Venezuela, já estamos em Caracas. Trago o compromisso do mundo livre, disposto a ajudar-nos a recuperar a democracia e a liberdade. Começa um novo momento que não admitirá retrocessos e que exige que todos façamos o que temos de fazer. Chegou a hora. Tudo pela Venezuela”, escreveu. Numa outra mensagem, dirigiu-se “a todas as forças políticas, a todos os setores da vida civil, a toda a família militar” para declarar: “A ditadura nunca esteve tão isolada. Assim, hoje, mais do que nunca, serão necessárias unidade, confiança e disciplina política. [Fiquem] atentos a novos anúncios. Estamos de volta.” A crise na Venezuela agravou-se em janeiro do ano passado, quando o líder da oposição e presidente do Parlamento, Juan Guaidó, jurou publicamente assumir as funções de Presidente interino do país até conseguir afastar Nicolás Maduro do poder, formar um governo de transição e convocar eleições livres. Os EUA foram o primeiro de mais de 50 países que manifestaram apoio a Guaidó, entre eles, Portugal (Expresso)

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