sábado, fevereiro 22, 2020

Nota: eu compreendo Rui Barreto mas não insista...

Tenho de Barreto a ideia de ser uma pessoa séria. Provavelmente um dia espero que ele conte tudo o que se passou em torno deste processo de formalização da coligação e do que realente se passou nos bastidores e do conflito entre ética e seriedade e ambições pessoas e pressões nessa lógica. Tal como continuo à espera da história verdadeira e completa dos telefonemas e das promessas do PS ao CDS logo na noite eleitoral de 22 de Setembro do ano passado. Garanto que o livro de Barreto seria um best-seller. 
Mas não insista por essa via. Convido Rui Barreto a saber o que diz  a lei e que poderes tem a Ordem dos Médicos nesta matéria (já agora, passe uma vista de olhos pela lei das carreiras médicas que informam quem pode e em que condições profissionais, desempenhar funções na estrutura hospitalar).
Tudo isto depois de  ler uma notícia sobre as reacções do líder do CDS-Madeira ao que se passa na saúde, que eu compreendo pela pressão e pela continuada instabilidade no sector, mas falamos de uma instabilidade que tem culpados próprios e que vai fazer rolar cabeças se não for resolvida urgentemente: "Sobre o desafio feito por Miguel Guimarães, o líder do CDS-Madeira sublinha que respeita “a figura institucional, mas sou claro numa questão: na Madeira, devem ser os madeirenses que, em primeiro lugar, têm a responsabilidade de resolver os seus problemas. Respeito a opinião, pedindo ao Sr. Bastonário que também respeite a nossa autonomia, da mesma forma que não são os madeirenses que têm de dar ordens sobre o caos que se instalou nos hospitais públicos do território continental, caos esse que é expresso, diariamente, pela imprensa”.
Errado, misturar alhos com bugalhos. O casos nos hospitais continentais - com os quais nada temos a ver, salvo se andarmos por lá e nos acontecer alguma coisa inesperada, são ainda reflexo do legado deixado pelas bandalhices do governo de coligação do Passos e do Portas na área da saúde, dos cortes realizados, das negociatas com as PPP que lixaram o SNS, que esta geringonça da treta não conseguiu reverter como deve e está obrigada. Quanto a isso não temos dúvidas.
Respeitar a autonomia? Nessa ordem de ideias porque razão a Assembleia Legislativa da Madeira que aprova o novo estatuto político regional e a nova lei eleitoral regional e "borrifa-se" para a Assembleia da República? Esta visão facilitista, ditada apenas por conveniências em cada momento, não engana ninguém. As coisas não funcionam assim com esse simplicista todo que pode ajudar o desespero de algumas pessoas em momentos de maior pressão, mas que não correspondem à verdade. Mudem a lei e então façam o que entenderem. Mas enquanto a legislação vigente existir esta visão de que somos nós a resolver tudo na Madeira não colhe.
Já agora o que disse Barreto quando em 2007 surgiu um conflito no HNM com greves, fugas de oportunistas mal encarados que fomentaram "guerras" e depois fugiram, com perdas de idoneidade em várias especialidades que penalizou dezenas de jovens médicos madeirenses, instabilidade essa que serviu para a contratação do médico continental Mário Pereira pelo CDS-Madeira numa jogada de puro oportunismo político deste partido naquela altura? Isto resolve-se sim, mas fazendo o que deve ser feito, o que a seriedade, a ética e a lógica recomendada e que reconheço não estar ao alcance nem ser apanágio de todos. E não me refiro a Barreto, como é evidente. Mas cada um sabe de si. Eu já não ligo ao assunto porque estou a ver que isto vai acabar mal... (LFM)

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