terça-feira, novembro 20, 2018

Partidos: o segredo está em saber estar no terreno e respeitar as bases

Sempre defendi que o problema não está nos nomes porque as pessoas precisam de ter uma oportunidade para mostrarem do que são capazes. O essencial é que as pessoas se empenhem - porque as exigências são tremendas - ao desafio e que lhes sejam dadas condições, algo que suspeito que nos últimos anos - devido ao lirismo de decisões tomadas no início da legislatura de forma apressada, quando se pedia ponderação e faseamento - faltou e ajuda a explicar algum fracasso em varias frentes. Em segundo lugar há que ter presente que os grandes partidos começam a perder eleições quando se distanciam das pessoas, quando deixam de estar no terreno a marcar as suas zonas de intervenção, quando as estruturas dirigentes de base são abandonadas, entregues à sua sorte e apenas e lembradas quando é preciso organizar festas ou comícios, colar  cartazes ou distribuir propaganda.
Mantendo-se esta lógica, a de que há uma espécie de casta dirigente iluminada e uma plebe que, usando uma figura de estilo, é olhada como "escrava" dos primeiros, a destruição de tudo o que, de bom ou de mal, foi construído, será cada vez mais acelerada.
Pelo que sei neste momento mais do que teoria e de blá-blá-blá de circunstância há que unir todas as pontas que ficaram soltas, sobretudo depois de 2017, é fundamental que reencontrar as bases do PSD-M, remobilizá-las e olhá-las como partes essenciais de um projecto político e eleitoral importante, já que mostrar sempre que as bases são os pilares essenciais de um partido que se edifica dos alicerces para o topo e não do telhado para baixo. Tenho alguma confiança porque sei que há algumas pessoas com tarimba suficiente para imporem os seus conhecimentos e experiência de anos no terreno - em momentos que foram dramaticamente exigentes (não vou falar disso) - aos que precisam de rodagem porque ninguém tem forçosamente que saber tudo quando começa a andar.
Duas notas finais, recorrentes, mas que nunca é demais repetir as vezes que forem necessárias para que não se comentam os mesmos erros: o PSD se contar apenas com os seus militantes (filiados), perde todas as eleições! Em todos os demais partidos é o mesmo.  Não preciso dizer mais nada para explicar o quão importante é manter as estruturas de base mobilizadas para que elas façam o seu trabalho com empenho, motivação e eficácia. Em segundo lugar há que respeitar as opiniões das estruturas de base em vez de impor-lhes opções, soluções ou nomes e depois acreditar que basta telefonar para que os que foram ignorados venham para o terreno defender damas que não foram eles a  escolher (em função da realidade na freguesia e no concelho que conhecem bem), mas que foram impostas por terceiros, muitas vezes como epílogo de disputas pessoais e de jogos de bastidores. Recados? Não, isso nunca. Apenas divagações assentes nalguma experiência... 
Portanto, e em jeito de remate final, direi com a ênfase adequada, que o segredo dos partidos com projectos e ambições está em saber estar no terreno e respeitar as bases, não nos nomes escolhidos para coordenar essa missão. Sem espírito de equipa, diálogo, partilha de ideias, num processo e decisão e de escolha onde os nomes são apenas e só isso, nada mais, o falhanço é inevitável (LFM)

Sem comentários: