quarta-feira, novembro 28, 2018

Nota: divagações...

Hoje em dia, na vida em todas as suas frentes de actuação - e na política isso é essencial - todos os passos devem ser devidamente ponderados e avaliados antes que sejam dados. Há erros que se cometem infantilmente na política que acabam por ter, depois, um reflexo ainda maior, particularmente quando eles acabam por ser a base para desilusões ou contrariedades. É cada vez mais difícil,neste universo desequilibrado da política "versus" comunicação, avaliar de forma correcta a relação entre causa e efeito. É muito mais fácil o poder perder espaço e apoio do que a a oposição ganhá-lo. Sempre foi assim, independentemente do mérito ou demérito de propostas que rapidamente assam a patamares de importância secundários ou mesmo terciários. Dá-se lugar a outros itens, desde o perfil à competência, a seriedade e a lógica do discurso, a confiança ganha junto das pessoas, a facilidade de relacionamento, ou seja, a empatia, desde logo pessoal e depois política, o pragmatismo posto na sua acção, a capacidade de definir prioridades e de não se refugiar num fundamentalismo radical quando ocorrem factos que determinam algumas inflexões nesse escalonamento, etc. Normalmente, e diz-se isso com razão, há regra geral mais demérito de quem é poder, sobretudo quando, estranhamente, se revela incapaz e impreparado para enfrentar uma "guerra" que é cada vez mais comunicacional e também cada vez mais fora do controlo dos políticos e das suas assessorias - algumas delas montadas sem a preocupação pela competência, pela experiência ou pelo saber, sendo antes feitas em função de relações pessoais de amizade que não escondem a falta de tudo o que é essencial neste  contexto.
Uma realidade que não se compadece com amadorismos ou chico-espertismos que alguns iluminados caídos na política por acaso dos acontecimentos - sobretudo na política mais pura e dura porque a política do faz-de-conta é para gente fraca e incompetente que só quer sobreviver nos lugares -  tentam fomentar de forma que chega a ser ridícula e é silenciosamente alvo de chacota até dos seus alegados pares.
Ou seja, há notícias que ou são devidamente explicadas, no seu tempo próprio, ou acabam por ter uma carga penalizadora maior do que o perspectivado.
Costumo dizer que as pessoas não precisam que lhes ensinem como se come uma sopa com a colher, nem precisam que algum pacóvio lhes diga como se segura a colher para comer a sopa. O que as pessoas precisam, e querem saber, é se vão ter a sopa no prato, porque do resto tratam elas. O essencial para elas é saber se comem ou não comem. Ou seja, na política, as pessoas querem é ser informadas, com verdade, com factos, com celeridade para estancar a manipulação e a distorção da realidade - fenómeno que hoje em dia, e de forma cada vez mais acelerada, graças ao impacto negativo das redes sociais neste contexto, é hiper-rápido na sua difusão pública (ainda esta semana tivemos a notícia da "morte" de um jogador de futebol irlandês, que esteve doente mas que as redes sociais o colocaram à beira da morte e, dias depois, o "mataram", ao ponto do próprio clube o ter assumido, acabando por desmentir depois o erro clamoroso cometido).
Repito, penso que o que as pessoas esperam é que alguém lhes esclareça no momento próprio, sem manipulações, sem diatribes, porque são elas, e mais ninguém - longe vão os tempos idos das primeiras eleições livres e democráticas de 1974 em que às 3 e 4 horas da manhã já estavam pessoas concentradas junto às secções de voto!... - os fatos, as decisões tomadas. Os cidadãos estão fartos que muitas vuvuzelas falem em nome delas, repetidamente e de forma abusiva. Vemos até partidos que valem menos de 2% falarem em nome dos cidadãos sem que estes lhes tenham passado nas urnas  qualquer procuração. Também vemos partidos com percentagens maiores, mas que foram derrotados nas urnas, pretender distorcer tudo isso e assumir um papel abusivo de "procuradores" dos interesses dos eleitores que no momento próprio não lhes deram coisa nenhuma, apenas os derrotaram.
A política é fértil nisto na permanente usurpação de uma "representatividade" evocada por alguns partidos - todos eles de peito cheio - mas que na realidade não corresponde à realidade eleitoral e, por isso mesmo, carece de legitimidade (LFM)

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