quinta-feira, junho 04, 2015

PSD e CDS decidem coligação na Madeira até ao final do mês

"O PSD-Madeira vai decidir até ao início do próximo mês se avança sozinho ou coligado nas eleições legislativas de Outubro, disse esta quarta-feira à noite Rui Abreu, secretário-geral dos sociais-democratas madeirenses. Falando no final da reunião mensal da comissão política do partido, Rui Abreu garantiu que ainda não foram feitos contactos com o CSD-Madeira sobre um eventual acordo pré-eleitoral. A existência ou não de uma aliança, sublinhou o social-democrata, não coloca em causa o “apoio inequívoco” do partido à coligação PSD/CDS, que “resgatou” Portugal do “pântano” provocado pelos últimos governos socialistas. O timing definido pelo PSD-Madeira passa por discutir a matéria no próximo Conselho Regional, marcado para este sábado. Depois, caso seja essa a vontade do partido, sentar-se à mesa com os centristas para negociar o acordo. O calendário do CDS-Madeira é semelhante. O tema vai ser levado à comissão política e depois apreciado no Conselho Regional. Ambos, explicou ao PÚBLICO o líder regional do CDS, José Manuel Rodrigues, ainda não têm data marcada. “A decisão será tomada até ao final do mês”, avançou Rodrigues, que vai estar este fim-de-semana nos Açores, para o Congresso Regional do CDS. O PSD e CDS açorianos concorrem sozinhos, mas na Madeira uma coligação poderá mesmo ser uma realidade. A boa relação entre os líderes regionais e nacionais – Miguel Albuquerque é próximo de Passos Coelho e José Manuel Rodrigues é um aliado de longa data de Paulo Portas - e a recente cedência do Governo a algumas reivindicações do executivo regional poderão contribuir para esse desfecho, que seria inédito para o PSD-Madeira em 40 anos de autonomia.
Dentro do círculo mais próximo de Albuquerque há quem veja na coligação uma forma de reforçar a ideia de um partido mais dialogante, que o PSD pós-Jardim tem tentando mostrar nestes primeiros 40 dias de governação. Esta noite, Rui Abreu deixou essa ideia no ar, ao justificar com a hipótese de uma coligação o facto de o partido não ter começado ainda a falar de nomes para a lista de candidatos à Assembleia que vai apresentar ao eleitorado madeirense.
“É naturalmente diferente fazer uma lista sozinho, ou fazê-la para uma coligação”, disse em resposta aos jornalistas, adiantando que só em Julho os nomes serão confirmados. Certo é que os actuais deputados madeirenses – Guilherme Silva, Correia de Jesus, Hugo Velosa e Francisco Gomes – não vão continuar. Como é igualmente certo que, ao contrário de Alberto João Jardim que foi sempre cabeça de lista, Albuquerque não irá assumir esse papel. “Qualquer decisão será tomada depois de consultados os órgãos do PSD-Madeira, levando em linha de conta a salvaguarda dos interesses da região”, sublinhou Rui Abreu, no final da reunião. O encontro serviu para os sociais-democratas apresentarem o balanço da recente visita do primeiro-ministro à Madeira. “Revelou de forma inequívoca a vontade deste novo Governo Regional em encontrar soluções para os problemas concretos que há demasiado tempo afectam o quotidiano dos madeirenses e porto-santenses”, resumiu o secretário-geral. Rui Abreu enumerou a criação de um tecto máximo para as viagens aéreas dos residentes (86 euros) e estudantes (65 euros), a abertura de um concurso internacional para uma ligação marítima entre o Funchal e um porto continental, o desbloqueio de 43 milhões de euros do Fundo de Coesão, o alargamento dos prazos para pagamento da dívida, os compromissos assumidos por Lisboa no apoio à construção de um novo hospital e à revisão do preço das comunicações, e a abertura para a criação na Madeira de um novo regime fiscal, como exemplos de "entendimento" e "diálogo" com o Governo" (fonte: Público, correspondente no Funchal, Márcio Berenguer)

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