Este quadro é esclarecedor porque mostra a evolução
das abstenções em valores absolutos e percentuais, numa série de eleições
usadas como referência (entre 2005 e 2014) mas com alusão comparativa aos
valores registados nas eleições de 1976, o primeiro ano pós Constituição em que
se realizaram eleições. Os valores referem-se ao total nacional, às regionais
da Madeira e às regionais dos Açores. Como se pode verificar nas regionais de
2012 nos Açores a abstenção situou-se nos 52,14% apesar de tudo superior aos
42,55% apurados nas regionais na Madeira em 2011, aos 45,69% de abstenções nas
legislativas nacionais, aos 47,48% nas autárquicas de 2013 e apenas inferior
aos 66,14% nas europeias de 2014 que estranhamente (ou talvez não...) continuam
a registar os valores mais elevados, algo que tem a ver com o patético modelo
eleitoral usado em Portugal e do qual ninguém fala. Há que criar vários
círculos eleitorais, tal como na Bélgica, Inglaterra, Itália, etc, para que a
abstenção possa baixar. Com um círculo único e uma lista única de candidatos
elaborada com base em negociatas vergonhosas nos partidos, a tendência será
para aumentar a abstenção, o que em meu entender coloca em causa, com toda a
lógica e pertinência, a legitimidade política e a representatividade efetiva de
um Parlamento Europeu eleito nestas miseráveis circunstâncias. Neste quadro
incluo tambem as primeiras eleições europeias realizadas na RAM (1987). Os
valores da coluna da direita reportam-se aos resulatdos eleitorais na Madeira e
nos Açores (aenas no caso das regionais nesta região, 1976, 2008 e 2012). Os
valores da coluna da esquerda são os nacionais, do total do país.