Li no Sol que “a carta que o Governo grego
enviou ontem ao final da noite ao Eurogrupo mostra um recuo em várias medidas
defendidas pelo Syriza. As privatizações em curso não serão travadas, o aumento
do salário mínimo dependerá da consulta aos parceiros europeus e será feito de
uma forma que “salvaguarde a competitividade e o emprego”. Atenas garante que
não haverá cortes de salários e pensões, mas ainda assim compromete-se com o
controlo da despesa pública e com “poupanças” orçamentais. Os benefícios
extra-salariais recebidos pelos funcionários do Estado e as reformas antecipadas
serão alvo de cortes. Na carta enviada ontem pelo ministro das Finanças Yanis
Varoufakis, a que a Reuters teve acesso, o Executivo grego compromete-se a
“rever e controlar gastos em todas as áreas do Governo”, nomeadamente na
educação, defesa, transporte, Governo local e nos benefícios sociais. Mais
especificamente, Atenas irá “identificar medidas de redução de despesas através
de uma revisão completa de todos os ministérios e da “racionalização” das
despesas não-salariais, que são responsáveis por 56% da despesa pública total. Além
de cortar nas despesas dos gabinetes do Governo – com a frota de automóveis, viagens, etc - o Governo vai “rever a grelha salarial do Estado” e cortar nos
benefícios extra-vencimento recebidos pelos funcionários. Nestes suplementos
remuneratórios, será feito um cruzamento de dados pelas autoridades para
“identificar beneficiários não elegíveis”. Varoufakis aceita empreender uma
“reforma do sistema de segurança social” , “continuar a trabalhar em medidas
administrativas” de simplificação e unificação dos vários subsistemas de
previdência e a “eliminar lacunas e incentivos que dão origem a excessivas
reformas antecipadas”, especificamente
no sector público e nos bancos. Haverá uma “consolidação dos fundos de pensões
para conseguir poupanças” e uma “ligação mais estreita entre as contribuições e
os rendimentos” do sistema. Também aqui
serão eliminados ‘benefícios” e estão previstos “incentivos para declarar o
trabalho assalariado”