Li aqui que "o resultado do referendo na Escócia já teve consequências. Alex Salmond apresentou esta sexta-feira a sua demissão, depois dos resultados que afastaram por completo as hipóteses da Escócia se tornar independente - futuro que Salmond, até agora primeiro-ministro do governo autónomo e líder do Partido Nacional da Escócia, defendia para o país. A informação, adiantada em conferência de imprensa, em Edimburgo, surge após a derrota da campanha do "sim", com 44,7% dos votos - contra 55,3% dos que querem a manutenção da Escócia no Reino Unido. O líder do partido nacionalista garante, contudo, que "a Escócia pode ainda emergir como uma vencedora" no futuro. "Para mim, como líder, o meu tempo está a acabar, mas para a Escócia a campanha continua e o sonho nunca deverá morrer". O primeiro-ministro da Escócia revelou ainda que a possibilidade de votar colocou a o país "numa posição muito forte", mas revela o seu ceticismo em relação à promessa de Londres de uma maior transferência de poderes para Edimburgo (consagrada, para algumas áreas administrativas, através da medida "devolution maximum"). De acordo com Salmond, David Cameron terá rejeitado esta sexta-feira comprometer-se com uma votação em segunda leitura para um projeto-lei de transferência de mais poderes, a 27 de março de 2015 - que teria sido prometida por Gordon Brown durante a campanha do "não". Salmond retirar-se-á das suas funções em novembro, quando for escolhido um novo líder para o Partido Nacional da Escócia. "Acho que o partido, o parlamento e o país ficará melhor com uma nova liderança", afirmava, agradecendo o "privilégio" de desempenhar as funções de primeiro-ministro escocês. Para o suceder nos dois cargos, o nome mais plausível é o de Nicola Sturgeon, atual vice-primeira-ministra. Salmond, no entanto, garantiu que não irá abandonar a vida política. Já durante a manhã de hoje Salmond reconhecera, num outro discurso, a validade do referendo. "É importante dizer que o nosso referendo foi um processo consentido e acordado e que a Escócia decidiu, por maioria, não se tornar, nesta fase, num país independente". E acrescentava: "aceito o veredicto do povo".