Li no Jornal I que "a organização de
direitos humanos Human Rights Watch afirma que a luta contra o Ébola na Libéria
está a servir de pretexto a uma escalada da repressão sobre a imprensa, com
relatos de fechos de jornais e detenções de jornalistas. A Human Rights Watch
apela aos países mais afetados pelo vírus - Libéria, Guiné-Conacri e Serra Leoa
- que garantam o respeito pelos direitos humanos e transparência. "Numa
altura em que temos um enorme surto de Ébola, acreditamos que o Governo e as
pessoas têm de trabalhar juntas para encontrar uma solução", disse
Abdullai Kamara, presidente do sindicato dos jornalistas da Libéria.
"Infelizmente, como consequência desta situação, os meios de comunicação
têm sido vítimas das ações do Governo", afirmou. Segundo Abdullai Kamara,
o estado de emergência anunciado a 06 de agosto tem sido usado erradamente como
um "álibi para reprimir os direitos dos meios de comunicação". No
início do mês, o sindicato escreveu ao ministro da Justiça, demonstrando o seu
desagrado com o encerramento do jornal "National Chronicle" e os
interrogatórios e recolha de impressões digitais da editora do jornal
"Women Voices", a propósito de um artigo sobre alegada corrupção entre
as forças policiais responsáveis pela prevenção do Ébola. O sindicato
queixou-se também das buscas da polícia à redação do jornal "FrontPage
Africa". A carta expressava também o desagrado com o facto de os
jornalistas não terem recebido uma exceção ao recolher obrigatório noturno,
impedindo-os de relatar a crise"