Segundo o Expresso, "o financiamento do BES ao GES através do Panamá terá afinal existido desde 2012, revela o "Financial Times", que questiona o papel do Banco de Portugal. Na primeira página, o diário económico mais lido da Europa põe uma imagem do antigo presidente do BES com máscara de vilão. A imagem é retirada de cartazes que estão em algumas paredes de Lisboa mas ganha visibilidade internacional quando aparece na primeira página do "Financial Times": uma montagem fotográfica de Ricardo Salgado com a máscara dos Irmãos Metralha, personagens da Disney que tentavam assaltar o Tio Patinhas. A imagem ilustra o título "Desgraças familiares: A queda do Banco Espírito Santo". Em causa está a revelação pelo "Financial Times" de que o financiamento do Banco ao Grupo Espírito Santo através de holdings do Panamá já existia desde 2012. Esse esquema de financiamento já é de conhecimento público mas não se sabia ser tão remoto. O Banco Espírito Santo (BES) financiou secretamente a Espírito Santo International (ESI), através do Panamá durante dois anos, noticia o Financial Times citando documentos. Segundo o site do FT, o BES não declarou aqueles empréstimos à ESI, que detinha indiretamente 25% do banco, nas suas contas. Para o jornal britânico, estes documentos "levantam novas questões acerca da supervisão do Banco de Portugal sobre um banco que acabou por sofrer um dos maiores colapsos financeiros da Europa". Esta exposição à dívida tóxica da ESI levou ao resgate do BES em Agosto. Mas, segundo o FT, apesar do BdP ter afirmado que tinha detectado a existência de financiamento fraudulento envolvendo empresas não financeiras do Grupo Espírito Santo, só agora foi descoberto este esquema de empréstimos via Panamá que esteve a funcionar durante vários anos. O BdP recusou comentar o assunto ao FT e a ESI, que apresentou um pedido de proteção de credores em julho, não esteve disponível para prestar comentários. As operações suspeitas do BES no Panamá estão a ser investigadas no âmbito de uma auditoria forense da PcW para o banco central, diz o FT citando fontes próximas da investigação. Segundo os documentos a que o FT teve acesso, entre 2012 e 2014 o BES prorrogou linhas de crédito a um pequeno banco no panamá detido pelo GES, que depois usou esses fundos para comprar dívida emitida pela ESI. O BES indicou nos seus relatórios e contas anuais que tinha exposição a crédito do banco no Panamá, não detalhou que algum daqueles empréstimos estavam a ser usados para financiar a ESI e outras empresas ligadas à família Espírito Santo"