Li no Publico que o "Bastonário dos advogados está em conversações com o MPT há alguns meses. Embora não confirme, o presidente daquele partido considera que candidatura do advogado seriam uma “boa ideia para qualquer partido”. Tudo se encaminha para que o ainda bastonário da Ordem dos Advogados, António Marinho e Pinto, venha a ser um dos cabeças de lista partidários às próximas eleições europeias. Ao que o PÚBLICO apurou, o Movimento Partido da Terra (MPT), fundado em 1993 por Gonçalo Ribeiro Telles, tenciona apresentar o advogado a votos nas eleições marcadas para Maio de 2014. Marinho e Pinto esteve ontem na comemoração do 20º aniversário do partido que se realizou em Lisboa. A iniciativa serviu também para assinalar os bons resultados do MPT nas últimas autárquicas, que – como se assinalava no mural do partido na rede social Facebook – “fez do MPT a 6ª força política nacional, imediatamente a seguir aos partidos com assento parlamentar”. Foi o presidente do MPT, John Rosas Baker, quem confirmou ao PÚBLICO a presença de Marinho e Pinto no aniversário do partido. “Tem sido há algum tempo um amigo do partido e é nosso convidado de honra”, explicou. Mas escusou-se a confirmar se o advogado era a escolha para as europeias. “Isso não lhe posso dizer”, disse o dirigente antes de acrescentar que “oficialmente não foi tomada nenhuma decisão em concreto”. Por seu turno, o vice-presidente do MPT, António Arruda, também não quis confirmar o nome do cabeça de lista. Apenas admitiu que o nome estava “já decidido”, numa reunião da comissão política nacional a seguir às autárquicas, depois de “conversações” com Marinho e Pinto. Arruda reconheceu que o cabeça de lista era “uma figura pública nacional bem conhecida” mas sem experiência partidária. Marinho e Pinto escusou confirmar a sua candidatura. “Não confirmo nem desminto nada. Eu sou bastonário da Ordem dos Advogados até ao dia 10 de Janeiro e até lá não faço nenhuma declaração que possa ser interpretada como pretendendo ser algo mais”, afirmou ao PÚBLICO. Sobre o seu futuro pós 10 de Janeiro, Marinho e Pinto acrescentou que tencionava “dormir durante dois ou três meses”. E depois disso? “Depois disso posso até candidatar-me a secretário-geral da ONU” disse o ainda bastonário. António Arruda adiantou também ao PÚBLICO que o MPT tenciona anunciar o seu cabeça de lista a 20 de Janeiro em conferência de imprensa. Rosas Baker admitiu essa possibilidade, embora com a ressalva de que o tema teria ainda de ser tratado na comissão política e no conselho nacional do MPT. Mas as suas palavras sobre as capacidades políticas do bastonário são reveladoras: “Seria uma boa ideia [candidatar Marinho e Pinto às europeias] para qualquer força política. Ele é um animal político.” Os contactos entre aquele partido e o ainda bastonário da Ordem dos Advogados não são de agora. Em Julho, por exemplo, Marinho e Pinto e um dos elementos da direcção do MPT estiveram juntos em Cabo Verde, onde o advogado de Coimbra participou numa conferência internacional. A página electrónica do MPT assumiu “encontro informal entre ambos” e acrescentou que se discutiram “assuntos da política interna portuguesa”. E também não é a primeira vez que o MPT tenta aliciar para as suas listas figuras nacionais. Em 2009, antes das anteriores europeias, aquele partido ponderou seriamente convidar o centrista Ribeiro e Castro para ser o seu cabeça de lista. Houve notícia de que a comissão política nacional do MPT debateu o nome. O presidente da então comissão política do MPT, Paulo Trancoso, reconheceu que o nome de Ribeiro e Castro, assim como outros, "foram falados", embora admitisse que essa escolha "iria ferir e magoar muita gente no partido". Um dos maiores defensores de Ribeiro e Castro teria sido Pedro Quartin Graça, à altura deputado do MPT integrado nas listas do PSD. Graça acabaria por encabeçar a lista do MPT às europeias, nessas europeias de 2009"