Escreve o Económico que "os preços de venda ao público das marcas regionais aumentaram 75%, ficando ao nível dos preços de venda das marcas internacionais. A fábrica da Madeira já está a dar prejuízos. Se a lei do imposto sobre o consumo do tabaco não for alterada nos arquipélagos da Madeira e Açores, Joe Berardo, presidente do conselho de administração da Empresa Madeirense de Tabacos (EMT), admite que vai ser obrigado a encerrar uma das duas fábricas.O empresário madeirense, em parceria com a família Horácio Roque, detém uma fábrica de tabaco na Madeira e outra nos Açores, que facturam em conjunto mais de 50 milhões de euros. Na Madeira, a EMT emprega entre 50 a 60 pessoas, enquanto nos Açores o número de postos atinge, na altura do cultivo e apanha da folha, cerca de 100 pessoas. "Ao contrário do que a Fábrica de Tabaco Micaelense (FTM) afirma, a proposta de alteração do regime dos impostos sobre o tabaco visa apenas corrigir uma situação de injustiça que foi criada, principalmente, na Madeira com a implementação do Plano de Ajustamento Económico e Financeiro", disse ao Diário Económico Joe Berardo. Com a entrada em vigor da Lei nº 14-A/2012, de 30 de Março, que igualou os impostos sobre o consumo do tabaco entre o Continente e as regiões ultraperiféricas, os preços de venda ao público das marcas regionais aumentaram 75%, ficando ao nível dos preços de venda das marcas internacionais. A partir desse momento as vendas da EMT decresceram nas marcas regionais, dando lugar a prejuízos. "Este ano já se tornou insustentável", sublinha o empresário. Esta lei veio alterar a directiva 92/79/CEE do Conselho, que admitia uma redução até 50% dos impostos sobre o consumo do tabaco, para os cigarros consumidos nas Regiões Ultraperiféricas dos Açores e da Madeira, fabricados por pequenos produtores, cuja produção anual não excedesse por cada um 500 toneladas. Mediante esta directiva, a EMT efectuou investimentos superiores a 20 milhões de euros nas fábricas. Numa carta enviada por Joe Berardo, há um ano, a Alberto João Jardim, presidente do governo regional da Madeira, o empresário já alertava para a possibilidade de encerrar a unidade industrial na Madeira devido a esta situação. "O encerramento da EMT na Madeira terá um custo muito alto para a região, que passará a ter menos receitas em Segurança Social e IRS e passará a ter mais custos em subsídios de desemprego", refere na carta. Além disso, determinará o "descarrilamento" de outras empresas do grupo onde foram investidos milhões de euros, nomeadamente no sector da avicultura e do fabrico de rações para animais"