Li no DN de Lisboa que “acabou com bom humor uma reunião do ministro Vítor Gaspar com militantes do PSD, num hotel de Lisboa. "Considero esse exemplo um estímulo", disse o titular da pasta das Finanças, respondendo a um desafio feito da plateia por um comediante do canal Q (das Produções Fictícias), o qual lhe sugeriu se não seria melhor escolher a carreira de meteorologista, tendo em conta os seus erros nas previsões. Gaspar, aparentando estar bem disposto, disse, citando um autor americano, Nate Silver, que na verdade a meteorologia é das ciências que melhor tem evoluído na sua capacidade de prever o que vai acontecer. O ministro negou, porém, disponibilidade para acolher um outro desafio do comediante, o de escolher uma carreira na astrologia. "Não tenho jeito nenhum para ler nas estrelas", afirmou. A generalidade das intervenções dos militantes na sessão caracterizou-se por duras críticas à governação. Uma participante, Olinda Lopes, perguntou-lhe, insistentemente: "Quando é que vamos mudar?". Desabafando: "Tenho 50 anos e pensava que tinha a minha vida estabilizada." Gaspar responder que "os custos que estamos a pagar" se explicam não pelas terapias que o Governo tem usado para pelas próprias "características da crise", que disse "ser a maior desde a Grande Depressão" (anos 20/30 do século XX). Reconheceu, no entanto, que há um problema de financiamento à economia. E portanto, disse, esse será "um tema prioritário" da 7ª revisão do memorando, que se vai iniciar segunda-feira. Objetivo: obter "taxas de juro mais razoáveis" no crédito bancário às empresas. A presença do ministro nesta conferência foi marcada também por protestos no exterior de duas dezenas de ativistas do movimento "Que se lixe a troika"”.