Há uma coisa que me faz uma confusão, embora se olhar para a dupla Passos-Gaspar já nada me espante. O governo de coligação, na sua caminhada de ladroagem e bandalhice indiscriminada, anuncia a TSU como solução milagrosa para os nossos males, tudo à custa da redução dos salários das pessoas - melhor dizendo, do roubo aos trabalhadores - e depois recua com medo do aumento da pressão da rua e dos protestos populares. Dias depois, vem o patético Gaspar anunciar medidas de austeridade, reconhecer (ele próprio o diz) o "enorme aumento da carga fiscal" e quando os protestos estão ainda numa fase inicial, informa que, afinal, o governo vai estudar a possibilidade de "mitigar" esse aumento da austeridade (na realidade revelou-se que a opção foi massacrar de novo os funcionários públicos e aumentar a carga fiscal através do IRS). E nem falo na cena patética de Gaspar (de quem haveria de ser?!) de anunciar o fim da clausula de salvaguarda no IMI, para depois recuar - e os protestos nem atingiram a rua - embora me cheire a cambalacho tudo o que tem sido feito com este imposto sobre o património. Afinal o governo de coligação, preocupado em roubar as pessoas, não faz estudos prévios, não pondera as medidas antes de as anunciar ou tomar? Ou estamos perante um jogo patético da propaganda oficial, assente na teoria de um passo em frente, dois atrás? Ou afinal não temos governo, não temos coligação, não temos poder? Realmente só à bomba.
