sexta-feira, outubro 26, 2012

FMI: pico da dívida estende-se a 2014 e exige mais privatizações

Escreve o Dinheiro Vivo que "o regresso gradual aos mercados em 2013 "ainda é viável", mas o Fundo Monetário Internacional (FMI) avisa que o pico no rácio da dívida pública - o indicador que, a par do crescimento, está a ser seguido a par e passo pelos mercados - vai estender-se até 2014. O Estado tem de vender mais empresas ou ativos. Ou seja, até agora dizia-se (dizia o Governo, FMI e CE) o rácio da dívida atingiria um pico de quase 124% do PIB no próximo ano e que depois começaria a aliviar de forma visível. Afinal já não é assim. "No âmbito do nosso novo cenário de base, a dívida pública irá atingir um pico de nível mais elevado - cerca de 124% do PIB em 2014", refere o Fundo no sumário executivo do relatório da missão a Portugal, liderada por Abebe Selassie, e aprovado por Poul Thomsen, o dinamarquês que o precedeu no cargo. Antes "o pico" da dívida acontecia apenas em 2013 e valia 118,6%. Agora, o fardo da dívida será de 123,7% do PIB em 2014 e pouco alivia em 2014, ano em que será de 123,6%. E mesmo em 2015, continuará acima de 120% (121,2%). Ainda assim, apesar de Portugal estar com 200,6 mil milhões de euros em dívida pública em 2013 e de a carga subir para 205,6 mil milhões em 2014, Abebe Selassie, em conferência de imprensa telefónica, desdramatizou o problema da dívida excessiva. "Mais do que para a dívida, os mercados olham sobretudo para o ajustamento estrutural da economia, para a evolução da balança corrente", atirou.
Privatizações desiludem
O FMI justifica-se dizendo que "esta deterioração reflete um ritmo de ajustamento orçamental mais lento que o esperado, uma recessão mais prolongada que agora se estende a 2013 e receitas mais conservadoras com as privatizações". Aliás, a desilusão com o dinheiro das privatizações existe. O FMI pretende que "o programa de privatizações seja alargado e inclua mais empresas e ativos para venda e concessão em 2013" para atingir o envelope de cinco mil milhões de euros que figura no memorando de entendimento".