"As eleições regionais nos Açores estão marcadas para 14 de Outubro. Um ato eleitoral que fica essencialmente marcado pela não recandidatura de Carlos César (PS) à liderança do governo regional açoriano e por uma tremenda máquina de propaganda que continua a manter no total desconhecimento a real dimensão da dívida pública regional.
Embora sem chegar ao montante da Madeira - 6 mil milhões de euros - e para além do facto do Tribunal de Contas ter confirmado cerca de 3.400 milhões de euros de dívida, devido sobretudo a compromissos com PPP e SCUTs, há quem tema que depois das eleições regionais de Outubro, e caso o PSD de Berta Cabral as vença (cenário que não considero ainda adquirido devido à péssima influência da governação nacional), se venha a apurar uma dívida da ordem dos 5 a 5.500 milhões de euros, facto que colocaria em maus lençóis a governação socialista de Carlos César.
Caso se confirmem esses valores - que os socialistas e César têm negado - isso implicará problemas para Portugal e um programa de ajustamento financeiro para os Açores que poderá ser mais gravoso do que o assinado com a Madeira, exatamente devido ao facto do PS-Açores poder ter ocultado a real dimensão da dívida pública, o que obviamente não está confirmado até este momento. Segundo alguns políticos da oposição regional, os principais problemas da dívida oculta dos Açores poderão residir na Saúde - cuja divida real poderá ser superior as 1.200 milhões de euros - e a um peso enorme do imenso sector empresarial regional (que os socialistas apressadamente tentaram reestruturar mas que chegou a ter mais de 25 empresas públicas).
Ainda ontem o DN de Lisboa dedicava atenção ao assunto referindo que a dívida dos Açores na Saúde representa um terço da do SNS: "A oposição PSD/CDS diz que as despesas atingiram valores alarmantes, mil milhões de euros. O Governo liderado pelo socialista Carlos César desmente e aponta 603 milhões. O tema está a agitar a pré-campanha para as eleições regionais, em outubro. Os fornecedores de medicamentos e de material só entregam com dinheiro à vista, o que afeta os doentes".
É bom não esquecer que estamos a falar de uma região cuja realidade social não tem nada a ver com o quadro que a propaganda socialista pinta - bem ao estilo da governação de Sócrates - e tenta vender, aldrabando os açorianos e a opinião pública portuguesa de uma maneira geral. Aliás, os socialistas locais que frequentemente usavam os Açores como umas espécie de "paraíso" para tentarem enterrar a Madeira, ultimamente começaram a ser mais comedidos, provavelmente porque a nomenclatura socialista regional - e eu sei do que falo... - sabe onde estarão os pontos mais vulneráveis do apuramento da real dívida regional açoriana.
O Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP) revela em Junho que "tendo como referência a evolução do desemprego de junho de 2011 a junho deste ano, conclui-se que em todas as regiões do País se assistiu a um aumento, sobressaindo a Região Autónoma dos Açores, com +43,9%. Em relação ao mês anterior, o incremento no número de desempregados foi acompanhado pelo Norte (+1,5%), Centro (+1,2%), Alentejo (+0,7%) e Lisboa VT (+0,5%). No Algarve, por seu lado, foi sentida a quebra mais acentuada em termos mensais (-4,2%)". Estamos a falar de uma região com cerca de 10.200 desempregados, em Junho de 2012, para um universo de população ativa calculado em cerca de 120 mil pessoas (130 mil pessoas na Madeira com um desemprego de cerca de 21.400 indivíduos em Junho deste ano).
Por outro lado, se atendermos às estatísticas oficiais da Segurança Social - estão disponíveis no site para quem estiver interessado - os Açores apresentavam em finais de Junho deste ano um total de 20.975 beneficiários com o RSI (6.159 na Madeira), num país com 338.725 beneficiários. Em termos de famílias com processamento de RSI, os Açores tinham 5.917 registadas em finais de Junho passado (2.068 na Madeira) para um país que tem 127.886 famílias.
Obviamente que vamos acompanhar este ato eleitoral nos Açores, destacando sobretudo algumas peripécias que inevitavelmente surgirão à medida que nos aproximamos de 14 de Outubro. Neste dia serão eleitos 57 deputados (5 eleitos pelo denominado círculo de compensação). Nas regionais de 2008 foi batido o recorde de abstenção numa das regiões mais abstencionistas do país: 46,7% de votantes numa vitória eleitoral do PS com 49,9% e 30 deputados eleitos
Embora sem chegar ao montante da Madeira - 6 mil milhões de euros - e para além do facto do Tribunal de Contas ter confirmado cerca de 3.400 milhões de euros de dívida, devido sobretudo a compromissos com PPP e SCUTs, há quem tema que depois das eleições regionais de Outubro, e caso o PSD de Berta Cabral as vença (cenário que não considero ainda adquirido devido à péssima influência da governação nacional), se venha a apurar uma dívida da ordem dos 5 a 5.500 milhões de euros, facto que colocaria em maus lençóis a governação socialista de Carlos César.
Caso se confirmem esses valores - que os socialistas e César têm negado - isso implicará problemas para Portugal e um programa de ajustamento financeiro para os Açores que poderá ser mais gravoso do que o assinado com a Madeira, exatamente devido ao facto do PS-Açores poder ter ocultado a real dimensão da dívida pública, o que obviamente não está confirmado até este momento. Segundo alguns políticos da oposição regional, os principais problemas da dívida oculta dos Açores poderão residir na Saúde - cuja divida real poderá ser superior as 1.200 milhões de euros - e a um peso enorme do imenso sector empresarial regional (que os socialistas apressadamente tentaram reestruturar mas que chegou a ter mais de 25 empresas públicas).
Ainda ontem o DN de Lisboa dedicava atenção ao assunto referindo que a dívida dos Açores na Saúde representa um terço da do SNS: "A oposição PSD/CDS diz que as despesas atingiram valores alarmantes, mil milhões de euros. O Governo liderado pelo socialista Carlos César desmente e aponta 603 milhões. O tema está a agitar a pré-campanha para as eleições regionais, em outubro. Os fornecedores de medicamentos e de material só entregam com dinheiro à vista, o que afeta os doentes".
É bom não esquecer que estamos a falar de uma região cuja realidade social não tem nada a ver com o quadro que a propaganda socialista pinta - bem ao estilo da governação de Sócrates - e tenta vender, aldrabando os açorianos e a opinião pública portuguesa de uma maneira geral. Aliás, os socialistas locais que frequentemente usavam os Açores como umas espécie de "paraíso" para tentarem enterrar a Madeira, ultimamente começaram a ser mais comedidos, provavelmente porque a nomenclatura socialista regional - e eu sei do que falo... - sabe onde estarão os pontos mais vulneráveis do apuramento da real dívida regional açoriana.
O Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP) revela em Junho que "tendo como referência a evolução do desemprego de junho de 2011 a junho deste ano, conclui-se que em todas as regiões do País se assistiu a um aumento, sobressaindo a Região Autónoma dos Açores, com +43,9%. Em relação ao mês anterior, o incremento no número de desempregados foi acompanhado pelo Norte (+1,5%), Centro (+1,2%), Alentejo (+0,7%) e Lisboa VT (+0,5%). No Algarve, por seu lado, foi sentida a quebra mais acentuada em termos mensais (-4,2%)". Estamos a falar de uma região com cerca de 10.200 desempregados, em Junho de 2012, para um universo de população ativa calculado em cerca de 120 mil pessoas (130 mil pessoas na Madeira com um desemprego de cerca de 21.400 indivíduos em Junho deste ano).
Por outro lado, se atendermos às estatísticas oficiais da Segurança Social - estão disponíveis no site para quem estiver interessado - os Açores apresentavam em finais de Junho deste ano um total de 20.975 beneficiários com o RSI (6.159 na Madeira), num país com 338.725 beneficiários. Em termos de famílias com processamento de RSI, os Açores tinham 5.917 registadas em finais de Junho passado (2.068 na Madeira) para um país que tem 127.886 famílias.
Obviamente que vamos acompanhar este ato eleitoral nos Açores, destacando sobretudo algumas peripécias que inevitavelmente surgirão à medida que nos aproximamos de 14 de Outubro. Neste dia serão eleitos 57 deputados (5 eleitos pelo denominado círculo de compensação). Nas regionais de 2008 foi batido o recorde de abstenção numa das regiões mais abstencionistas do país: 46,7% de votantes numa vitória eleitoral do PS com 49,9% e 30 deputados eleitos
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Li na imprensa açoriana que o PDA reivindicou para aquela Região Autónoma “todos os rendimentos do jogo legal que é apostado nos Açores quer seja Totobola, Totoloto, Lotaria tradicional ou Euromilhões”. Segundo o PDA, “não há razão nenhuma para que essas verbas sejam recebidas apenas pela Santa Casa da Misericórdia de Lisboa cujos critérios de distribuição não são proporcionais ao jogo efetivamente jogado nos Açores”. Ou seja, para aquele partido sem representação parlamentar – mas para quem a proximidade das regionais de 14 de Outubro não está dissociada desta posição - “trata-se portanto duma receita que é só nossa e que só pelos órgãos próprios da Região deve ser administrada”. O PDA criticou ainda o facto de que o jogo clandestino que “gerava aos banqueiros verbas exorbitantes, nunca foi taxado exatamente porque nunca houve a coragem de o legalizar na Região, embora movimentasse mais de sete milhões de euros por mês”. Confesso que gostaria de saber em concreto, e no caso da Madeira, quanto é que a Região gasta em apostas desportivas mensalmente" (in JM)
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