quarta-feira, agosto 29, 2012

Aeroporto de Beja com passivo de um milhão ainda aguarda extinção

Segundo o Jornal I, "adiar da extinção só traz prejuízos porque a empresa não está a funcionar, mas mantém despesas fixas. O presidente da assembleia-geral da Empresa de Desenvolvimento do Aeroporto de Beja (EDAB) revelou ontem que o passivo da instituição já ultrapassa um milhão de euros e acusou o Estado de “empatar” a extinção da empresa. “Isto é completamente absurdo. O adiar da extinção só traz prejuízos porque a empresa não está a funcionar, mas está a ter despesas e, quanto mais cedo se extinguir, mais cedo se deixa de ter estas despesas fixas”, afirmou. Pulido Valente, também presidente do município de Beja (PS), falava à agência Lusa a propósito da última reunião da assembleia geral da EDAB, realizada na sexta-feira, em que a extinção voltou a não se concretizar. Segundo Pulido Valente, realçando ter sido a terceira sessão da mesma assembleia geral a acabar sem resultados, o accionista maioritário Estado, “mais uma vez”, não tomou uma decisão. “O que nos vieram dizer agora é que o ministro Álvaro [Santos Pereira] criou um entrave à conclusão do processo”, afirmou. O ministro da Economia e do Emprego, de acordo com Pulido Valente, pretende “analisar a situação” e “falar com a ANA - Aeroportos de Portugal”, o que “não faz sentido”. “A ANA não tem nada a ver com isto [EDAB] e esta empresa, toda a gente o sabe, é para acabar porque ela já não tem objecto, já não tem utilidade. Aquilo para que foi criada já foi atingido, que era construir o aeroporto”, frisou.
Enquanto se adiar a extinção, alertou Pulido Valente, são “mais de 100 mil euros que vão à viola” por mês: “É um absurdo e é inaceitável que se continue sem resolver este problema, e os contribuintes a pagar.” O presidente da assembleia geral afiançou ainda que este impasse, “só pelo facto de o governo, e não se percebe porquê, não ter ainda tomado uma decisão”, já leva a que “o prejuízo acumulado” da EDAB ascenda a “mais de um milhão de euros”. “O que é preciso é o Estado aprovar o orçamento de extinção e devolver o capital social aos accionistas que não são Estado, nomeadamente à AMBAAL (Associação de Municípios do Baixo Alentejo e Alentejo Litoral) e ao NERBE (Núcleo Empresarial da Região de Beja)”, explicou. Pulido Valente admitiu que seja precisamente a devolução das verbas que esteja “a empatar” a extinção da EDAB, que deveria ter sido concretizada em 2011, tendo sido depois aprovado um orçamento até Março deste ano para culminar o processo, o que ainda não aconteceu. No próximo dia 4 de Setembro, os accionistas da EDAB “voltam a reunir”, mas Pulido Valente deixou um recado ao governo. “Se não tiverem o processo em condições de tomarmos uma decisão, avisem-nos que é para não fazermos as pessoas deslocarem--se centenas de quilómetros e depois baterem com o nariz na porta outra vez”, disse. A EDAB é detida em 82,5% pelo Estado, em 10% pela AMBAAL e em 2,5% pela NERBE/AEBAL, tendo ainda como accionistas a empresa gestora do Alqueva (EDIA), a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Alentejo, a AICEP Global Parques e a Administração do Porto de Sines”.

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