quarta-feira, abril 30, 2008

PSD: como é que Jardim não tem razão?

Li hoje no Publico a transcrição de um take da agência Lusa, com o título "Jardim só reconhecerá novo líder se obtiver maioria absoluta", segundo a qual o presidente do Governo Regional, Alberto João Jardim, disse hoje que "o PSD da Madeira nunca reconhecerá como líder do partido, em termos legais e estatutários, um candidato que não obtenha pelo menos 50% dos votos dos seus militantes. A Comissão Política Regional do PSD-M, reunida na noite de ontem, alertou para o facto de que o próximo líder nacional do partido poderá ser eleito com apenas 21% dos votos dos seus militantes dado o número de candidaturas existentes e por não estar previsto nos seus Estatutos a realização de uma segunda volta."Estando previstas as eleições directas para o último fim-de-semana de Maio e o congresso para o primeiro fim-de-semana de Junho, isso quer dizer que, nas eleições que se vão realizar no final de Maio, não haverá segunda volta, ou seja, ganha o candidato que mais votos tiver na única eleição que está marcada e que os estatutos prevêem", lembrou o dirigente do PSD-M, Miguel de Sousa, no final da reunião da Comissão Política Regional do partido."Havendo cinco candidatos - continuou Miguel de Sousa - teoricamente e num exercício de matemática mas que pode perfeitamente acontecer, três candidatos poderão ter 20% , um candidato 19% e um outro 21% e esse candidato, com apenas 21 por cento, será o líder do PSD nacional"."Tudo isso mostra o ridículo em que caiu o PSD", reage Alberto João Jardim quando instado a comentar a reunião do Conselho Regional do PSD-M. "Obviamente que o PSD-M não reconhece um líder que tenha menos de 50%, não será pura e simplesmente reconhecido", assegura. Não existência de segunda volta mostra desorientação do partido. "Os estatutos do PSD da Madeira, onde o voto é também directo e secreto, prevêem uma segunda volta para o líder ter sempre maioria absoluta, o que se está aqui a passar no seio do PSD é absolutamente ridículo e demonstra a desorientação absoluta em que o partido está caído", salienta o presidente do Governo Regional. Alberto João Jardim revelou ainda que a Comissão Política Regional do PSD-M está preocupada com a fragmentação do partido e "sobretudo pela tentativa de uma certa burguesia dos salões de Lisboa e do Porto, com o apoio de um conhecido empresário de televisão, tentar desvirtuar um partido popular e social-democrata como é o PSD"."É uma burguesia que se apresenta com o título de "elite" julgando que cultura é sinónimo de um título académico e que faz, assim, uma camuflagem perante o país das suas incapacidades", declara. "Obviamente o futuro do PSD-M, e ainda ontem (terça-feira) assentamos nisso, nunca será ao lado desta gente", referiu, acrescentando que "vários cenários se puseram". "Os meus companheiros de partido continuou estão cientes de que eu não devo arriscar no meio dos aventureirismos que estão patentes e que só devo avançar numa solução de união, coesão, federação que não quer dizer contar com as pessoas que fizeram todo este mal ao partido". Confrontado se as preocupações dos conselheiros do PSD-M vão no sentido de sugerir que não se deve candidatar à liderança nacional do partido, Alberto João Jardim responde que essa hipótese "não é remota, nem é próxima". "O partido está a recolher as assinaturas que ficam de reserva para, se chegarmos a um período em que o partido esteja completamente esfrangalhado, então, vamos tomar decisões", adiantou. João Jardim admitiu mesmo que "a hipótese da reformulação de um novo espectro partidário perante o que está gerado não está posta de lado". "Nós não nos revemos na burguesia de Lisboa e do Porto", acentua". Como é que Jardim não tem razão ao advertir o partido para este cenário? Comentários para quê?

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