quarta-feira, abril 09, 2014

Tá a ficar tudo tonto? Governante compara-se com o Pinóquio...

Escreve o jornalista do Expresso  Filipe Santos Costa: "Eu sou como o Pinóquio: quando minto, o meu nariz cresce. Não está a ver o meu nariz a crescer - eu não estou a mentir", disse o secretário de Estado do Orçamento em debate sobre a ADSE. Hélder Reis, secretário de Estado do Orçamento, protagonizou ao fim da manhã desta quarta-feira um momento insólito no Parlamento, ao comparar-se com Pinóquio. Num debate na comissão de Orçamento e Finanças sobre o aumento da contribuição dos funcionários públicos para a ADSE e subsistemas de saúde dos militares e forças de segurança, o Governo foi repetidamente acusado pelos deputados da oposição de usar este expediente para consolidar as contas públicas, desviando dinheiro da ADSE para outros fins. Uma acusação veementemente refutada por Hélder Reis, que assumiu o papel principal da delegação do Governo durante a audição. O secretário de Estado do Orçamento insistiu que "nem um cêntimo" da contribuição dos trabalhadores será utilizado pelo Estado sem ser nos subsistemas de saúde dos funcionários públicos. Quanto ao facto, apontado pelo Presidente da República, de o aumento da contribuição gerar um excedente - que este ano será de cerca de 60 milhões de euros -, Hélder Reis assegura que essa verba não terá outros fins. "O remanescente de 60 milhões de euros da entidade patronal, que excede as despesas deste ano com beneficiários, ficará para a ADSE fazer face àquilo que for a gestão futura da ADSE. Não é correto dizer que o Estado se está a apropriar das contribuições dos trabalhadores. Se alguma coisa remanesce, aos trabalhadores pertence", frisou. "Pode continuar eternamente a chamar imposto ou aquilo que quiser. Já lhe expliquei, mas pode não acreditar na minha palavra", disse Hélder Reis ao deputado do PCP jorge Machado, que usou a palavra "roubo" para classificar a situação. Foi já no final da audição, perante a acusação reiterada da oposição de que o aumento configura "um imposto" para consolidar as contas públicas, que Hélder Reis voltou à questão da verdade e da mentira, recorrendo à famosa personagem dos contos infantis. "Eu sou como o Pinóquio: quando minto, cresce-me o nariz. Não está a ver o meu nariz crescer - eu não estou a mentir."