quinta-feira, abril 24, 2014

40 anos: diferentes em quê?

Temo que os 40 anos do 25 de Abril, que pouco ou nada diferem dos 20 ou dos 30 anos, se transformem numa espécie de realização telenovelesca, pensada e executada por muito oportunismo político à mistura - ainda por cima inserida no quadro de uma contestação social e política que uma certa esquerda precisa muito de hipervalorizar e incentivar, até por estarmos me vésperas de eleições... - e assente em pilares construídos sobre um saudosismo doentio que nos dias que correm, de profunda crise e de austeridade, não diz rigorosamente nada à sociedade portuguesa, aos nossos jovens, aos nossos idosos, aos nossos desempregados, aos portugueses em geral. Isto nada tem a ver com a importância do 25 de Abril. Eu até sou daqueles que nem aceito que se questione os méritos libertadores e democráticos da revolução portuguesa. E nem sequer discuto a influência que o 25 de Abril teve para a autonomia regional da Madeira e dos Açores - sem a revolução provavelmente não tínhamos chegado onde chegamos, com o nossos erros e decisões porventura mal pensadas - para o poder local e para a dignificação de um povo e de um país.