quarta-feira, setembro 11, 2024

Como vai ser o arranque do ano letivo? Sondagem revela portugueses divididos, mas unidos a apontar culpas ao Governo de Montenegro

As expectativas em relação ao novo ano escolar estão divididas entre os portugueses, com quase metade a acreditar que o ano letivo decorrerá sem problemas significativos, enquanto a outra metade se mostra mais cética. Uma sondagem realizada pela Intercampus para o Correio da Manhã revela que 45,4% dos inquiridos têm uma visão otimista sobre o regresso às aulas, enquanto 45,9% receiam que o ano escolar de 2024/2025 enfrente dificuldades. Esta divisão de opiniões reflete o elevado grau de ceticismo que persiste entre a população, especialmente no que diz respeito à falta de professores e aos problemas recorrentes na colocação de docentes, que têm afetado o normal funcionamento das escolas. O próprio ministro da Educação, Fernando Alexandre, reconheceu a carência de professores, o que, segundo muitos, agrava as preocupações em torno do novo ano letivo.

A crise de colocação de professores

Na véspera do início oficial das aulas — previsto entre amanhã e a próxima segunda-feira —, estima-se que mais de 20 mil professores ainda não tenham sido colocados, um cenário que levanta sérias preocupações sobre a capacidade das escolas de garantir o início das atividades com normalidade. Este atraso nas colocações tem sido um problema crónico no sistema de ensino português, e apesar dos esforços das autoridades, o impacto é sentido tanto por alunos como por encarregados de educação. A sondagem confirma que muitos portugueses acreditam que a responsabilidade por qualquer falha no arranque do ano letivo recai sobre o Governo e o ministro da Educação. À pergunta “De quem é a culpa se houver problemas no início do ano escolar?”, 39,6% dos inquiridos culpam diretamente o ministro Fernando Alexandre, enquanto 32% apontam o dedo ao Governo de Luís Montenegro. Juntos, estes números indicam que mais de 70% dos portugueses responsabilizam o Executivo pelos desafios no setor da educação.

A quem os portugueses atribuem culpas

Embora o Governo seja visto como o principal responsável pelos problemas no sistema de ensino, a sondagem também coloca os sindicatos da educação na linha de fogo. Com 14,7% dos inquiridos a responsabilizar as organizações sindicais, estas surgem em terceiro lugar na hierarquia de culpabilidade. Já os professores, diretamente afetados pelas dificuldades nas colocações e pela falta de condições de trabalho, são considerados menos culpados, com apenas 8% dos inquiridos a apontarem o dedo a estes profissionais. Curiosamente, pais e alunos são vistos como as principais vítimas da situação atual, sem qualquer responsabilidade pelos potenciais problemas no arranque do ano letivo. De acordo com os resultados da sondagem, nenhum dos inquiridos atribui culpas a estas duas partes, o que reforça a ideia de que o sistema educacional continua a falhar em garantir a estabilidade e tranquilidade necessárias para o sucesso escolar (Executive Digest)

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