sexta-feira, julho 24, 2020

“Turismo de massas pode chegar ao fim”, antevê secretário geral da OMT

Apesar de considerar que “a normalidade está ao virar da esquina”, Zurab Poloikashvili, secretário-geral da Organização Mundial de Turismo (OMT) prevê que a pandemia da Covid-19, que provocou alterações profundas no setor, pode mesmo ditar o fim do turismo de massas. O secretário-geral da OMT afirmou, em entrevista ao ‘La Vanguardia’, que o turismo de massas está em risco e “em algum momento será o fim”, sendo certo que “nos próximos dois anos, nenhum país terá o problema de turismo excessivo”, reforçou Em matéria de segurança para viajar, Poloikashvili defende que é seguro fazê-lo na Europa, mas desaconselha, para já, as deslocações para outros destinos como os Estados Unidos ou América Latina. Questionado sobre a recuperação dos fluxos de turistas para os níveis pré-pandemia, o responsável considera que se tarta de um caminho que levará tempo a fazer-se “e, no final, tudo dependerá da evolução do vírus”. Recordando que a Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA) prevê que a recuperação total não ocorra antes de 2023, não deixa de salientar que “tudo é muito incerto” neste momento.

Ainda a propósito do período pré-pandemia, altura em que muito se discutia os limites e os excessos, bem como a sustentabilidade do setor, o secretário-geral da OMT defende que estamos “num momento muito bom para as cidades e os países afetados pela massificação perceberem os erros que cometeram e repensar o seu modelo de turismo”.
Em seu entender, uma das mudanças que a pandemia trouxe, é precisamente a sustentabilidade do turismo. À qual se junta ainda o desafio da digitalização do produto e da experiência. “Também acredito que o perfil do turista vai rejuvenescer. A partir de agora, os jovens vão viajar mais do que os seniores, mais vulneráveis ​​ao vírus. As empresas de se adaptar e assumir que existem oportunidades em qualquer crise”, concluiu.
Quanto ao trabalho que a OMT está a fazer para revitalizar o setor, Poloikashvili sublinhou, desde logo, a importância de recuperar a confiança e a segurança do turista, defendendo ideias como o passaporte de saúde ou a ponte aérea entre os países. A organização já elaborou um roteiro com inovação e cooperação internacional como pilares essenciais da estratégia de todos os países (Executive Digest, texto da jornalista Sonia Bexiga)

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