sábado, janeiro 26, 2019

Quando a lógica determina o processo de decisão partidário

Manda a lógica política - e ninguém inventa nada quanto a isso - que depois de um período politica e eleitoralmente falando bem difícil, os partidos procedam a mudanças de candidatos, sobretudo quando é sabido que os últimos actos eleitorais têm propiciado os piores resultados de sempre, a todos os níveis, quer em termos de votos, quer em termos de abstenção, que não se podem repetir. Para memória futura deixo esta nota que aparentemente nada diz - conforme a perspectiva... -  para que, depois, não se venha culpabilizar, como é hábito nestes "mundos", tudo e todos - o vizinho do lado, o cachorro da vizinha do andar de baixo, o padeiro, o carteiro, o gajo das multas dos parquímetros, etc - pelos erros e pelos insucessos que inevitavelmente somarão de novo, e a uma escala bem pior, se nada for feito.  A dica está dada. Logo veremos o que vai acontecer. Na política não há insubstituíveis e um dos piores erros, comprovado em estudos cientificamente consistentes, tem muito a ver com o demasiado tempo em que as pessoas se agarram ao lugar, acabando por se acomodar e por por estabelecer a sua própria rotina que nada tem a ver com a lógica pragmática do interesse público que pretensamente deviam servir. Outro erro enorme é o empolamento despropositado e sem qualquer verdade que se fazem de decisões em vésperas de novos actos eleitorais, hipervalorizando comportamentos – como se fossem algo de transcendental – e disputando protagonismos mediáticos, tantas vezes com a cumplicidade, assumida ou nem tanto, dos próprios meios de comunicação social, numa disputa pessoal que chega a ser feia demais. Feia porque desonesta, inadequada e interesseira.
Eu como sei como é que estas coisas funcionam, como é que são estes processos de decisão dos partidos quando se trata de escolher pessoas, como sei quais os parâmetros em que assentam as decisões, os interesses que se cruzam, as lógicas idiotas que comandam as decisões, temo que se voltem a tomar decisões erradas com custos eleitorais pelos quais alguém terá que responder no tempo próprio. Por isso, deixo esta nota para memória futura, quando alguns começarem a tentar encontrar os “culpados” dos seus próprios erros e incompetências (LFM)
Por curiosidade, e só para recordar, porque nunca é demais fazê-lo (a vermelho os piores):
PSD
Regionais de 2007 - 90.339 (64,2%) - Abstenção de 39,5%
Regionais de 2011 - 71.556 (48,6%) - 42,5%
Regionais de 2015 - 56.569 (44,4%) - 50,3%
Autárquicas de 2013 - 47.207 (34,8%) - 47,5%
Autárquicas de 2017 - 46.536 (33,6%) - 45,9%
Legislativas de 2009 - 66.194 (48,2%) - 45,5%
Legislativas de 2011 - 68.649 (49,4%) - 45,7%

Legislativas de 2015 - 47.228 (37,8%) - Abstenção de 51,1%

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