As autoridades venezuelanas detiveram o ex-ministro do
Petróleo Eulogio del Pino e o ex-presidente da empresa pública Petróleos de
Venezuela (PDVSA) Nelson Martínez, no âmbito da investigação de corrupção
realizada pelo ministério público. "Houve uma série de apreensões" relacionadas com
os casos de corrupção na empresa petrolífera PDVSA, e foram detidos
"Eulogio del Pino e Nelson Martínez, ambos ex-presidentes da PDVSA e
ex-ministros do Petróleo", disse o procurador Tarek Saab, em conferência
de imprensa. Tanto Martínez como Del Pino estiveram na direção da PDVSA e na
pasta do Petróleo durante este ano, depois de o Presidente venezuelano, Nicolás
Maduro, ter decidido, em agosto passado, fazer uma troca nos cargos destes
funcionários.
Assim, nesse mês, Maduro nomeou presidente da PDVSA aquele que
até então era ministro do Petróleo, Nelson Martínez, e pôs à frente dessa pasta
Del Pino, que era até esse momento o chefe da petrolífera estatal. Martínez foi
detido por "presumível ligação à assinatura do contrato de refinanciamento
da dívida da empresa Citgo Petroleum Corporation - a maior filiar da PDVSA nos
Estados Unidos - sem contar com o beneplácito do Governo nacional", facto
por que foram detidos os diretores da empresa na semana passada. Segundo Saab,
os detidos disseram que Martínez tinha conhecimento do contrato. Por sua vez,
Del Pino foi detido por estar presumivelmente envolvido "nas teias de
corrupção de Petrozamora", outra filial da PDVSA.
Os dois foram detidos pelos funcionários da Direção de Contrainformação
Militar (DGCIM) e foram-lhes imputados os crimes de "peculato doloso,
conluio de funcionário público com contratado" e conspiração para cometer
um crime. Martínez é acusado ainda de "branqueamento de capitais e
conspiração para cometer um crime", ao passo que Del Pino é também acusado
de "incumprimento do regime de segurança da nação" e "uso
indevido de sistemas de informação e danos à indústria petrolífera".
"A Del Pino é atribuída a alteração intencional de números
fiscalizados de produção de crude desde 2014 até 2017, quando estava na Direção
Executiva de Exploração e Produção Oriente da PDVSA", precisou Saab, que
se comprometeu a acabar com a corrupção na petrolífera do Estado. O procurador do ministério público
venezuelano salientou que estas "são investigações de caráter preliminar
que devem apontar para uma definição, para uma conclusão durante o próprio
processo penal em curso". No domingo passado, Maduro nomeou presidente da
PDVSA o major-general Manuel Quevedo, a quem pediu para restruturar a companhia
estatal e fazer uma "limpeza" na empresa (Lusa)
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