quarta-feira, dezembro 20, 2017

Russos vão explorar gás natural na Venezuela

A Venezuela vai permitir ao gigante petrolífero russo Rosneft desenvolver projetos de exploração de gás natural em duas localizações ao largo do Mar das Caraíbas. Duarante os 30 anos do contrato, os russos deverão conseguir extrair cerca de 180 mil milhões de metros cúbicos de gás. A Venezuela emitiu este fim-de-semana as licenças que irão permitir à petrolífera russa Rosneft explorar durante 30 anos as reservas de gás natural ao largo da costa venezuelana. Através de uma subsidiária, o Grupo Rosneft, os russos terão presença assegurada nas reservas de Patao e Mejillones, onde podem estar armazenados mais de 180 mil milhões de metros cúbicos (bcm) de gás natural. Em troca, a empresa de energia do Estado venezuelano — a PDVSA — recebeu seis mil milhões de dólares adiantados, por petróleo que ainda irá produzir e exportar para a Rússia.

Este acordo, assinado entre o diretor executivo da Rosneft, Igor Sechin, e Nicolás Maduro, Presidente da Venezuela, este fim-de-semana em Caracas, é visto pelos analistas como mais uma prova de que a Rússia está a tentar expandir a sua influência na América Latina num ano em que dois em cada três sul-americanos escolhem novos líderes, começando pelo aliado histórico que é o regime socialista venezuelano. Com a economia em colapso, a Venezuela tem sido obrigada a confiar cada vez mais nos poucos aliados que lhe restam. Segundo a agência Reuters, a PDVSA deve à Ronsneft pelo menos seis mil milhões de dólares (cerca de 5,1 mil milhões de euros) e, apesar do ministro das Finanças russo ter aceitado a reestruturação de 3,15 mil milhões de dólares (cerca de 2,68 mil milhões de euros) da dívida de Caracas, essa parcela nem sequer incluiu a dívida energética.
O gigante da energia russa já está envolvido em atividades de exploração de petróleo na Venezuela, nomeadamente nos campos de Pertomiranda e Petromonagas. As estimativas apontam para que estas reservas possam conter mais de 20 mil milhões de toneladas de crude.
No total, a Venezuela deve cerca de 140 mil milhões de dólares a credores estrangeiros. As notícias sobre a fome, a mortalidade infantil e a proliferação de doenças que já não matavam ninguém há muitos anos estão todos os dias nas capas dos jornais internacionais. A última reportagem do diário norte-americano "The New York Times", publicada esta segunda-feira, fala em centenas de crianças mortas por falta de alimentos e medicamentos.

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