"O estado a que Portugal chegou, está patente no
Orçamento para 2017, bem como na indigência da sua discussão dentro e fora da
Assembleia da República.
A impropriamente autodenominada de “esquerda” - só por
incultura política se considerará como tal, tanto as organizações comunistas
como o situacionismo capitalista deste “socialismo” - ou melhor, o falsamente
chamado “governo das esquerdas (!?…)”, onde até as dirigentes do “bloco” perdem
a graça quando abrem a bôca, eis que enfiou aos lôrpas dos “portugas” - eles
gostam destes termos pirosos - que o Orçamento viria dinamizar a Economia pela
via do aumento do consumo.
E a oposição situacionista-conservadora do partido do
Passos Coelho/CDS, tão fraquinha, ficou-se por uma sucessão de lugares comuns,
sem o mínimo de interesse para os Portugueses. Nem foi capaz de denunciar e de
demonstrar que o desgoverno das impropriamente autodenominadas “esquerdas” não
vai dinamizar seja o que fôr, pois desde há muito, com o sistema
político-constitucional que temos, Portugal está no fundo, nas piores situações
comparadas com os restantes países da UE. Pelo que, crescer 1% sobre o zero a
que se desceu … é nada”
A oposição situacionista-conservadora Coelho/CDS foi
incapaz de demonstrar que a “recuperação através do crescimento do consumo” é
uma aldrabice. Precisamente porque o aumento dos impostos sobre a classe média
vem reduzir o consumo ainda mais.
E os tais “dez euros” para os mais pobres, deviam ser
esfregados nas pencas dos falsos “esquerdinhas”, na medida em que são demagogia
da mais reles, nada resolvem a não ser manter, ou agravar mesmo, a situação de
pobreza, bem como desesperar pessoas ante expectativas outras vez frustadas.
Porque também cúmplice da Situação a que Portugal
chegou, a oposição é incapaz de denunciar o País se ter transformado numa
enorme e caríssima repartição administrativa, persecutória dos Cidadãos. Onde
só se investe através de subsídios com o dinheiro dos nossos impostos - ou de
impostos pagos no estrangeiro (Fundos) - numa concorrência às empresas cuja
solidez se fez com capitais próprios ou amortizando eventuais créditos obtidos.
Portanto, Economia e Emprego artificiais para camuflar
e adiar o desastre europeu, um Portugal cada vez mais precário enquanto os
cinco partidos da Situação se enrolam pronograficamente na defesa do sistema
político-constitucional!
O desígnio português, séculos atrás factor de orgulho,
hoje é o de se entregar ao martírio, morrer pelas utopias dos séculos XIX e XX,
ao som do “Grândola Vila Morena” (por sinal música e canção bem giras!) e dos
hinos alemão e europeu.
A falsa “democracia” portuguesa, ao contrário de
outras Democracias como agora a Itália, recusa um referendo constitucional.
Nisto, do bloco Coelho/CDS ao bloco vigaristamente
dito das “esquerdas”, estão todos bem deitados!…
E, nós, tramados.
Para entreter, os partidocratas vão pondo umas folhas
a contar “estórias” sobre as respectivas “conspirações internas”, sempre mais
do mesmo. Há dias, a propôsito do PSD, até reparei que já há quem vá
acautelando posições, mesmo que por gente interposta, seja para que lado pender
a embarcação…
Em resumo, os cinco partidos da Situação deparam um
Orçamento que nos continua a colocar na situação de Protectorado norte-africano
do capitalismo selvagem, como foram de um enorme défice intelectual na sua
elaboração e discussão, empobrecendo-nos mais, tendo submetido ao dogma da
intocabilidade dos sistema político-constitucional, este a RAÍZ DO PROBLEMA.
Matéria que, reparem, nem sequer consideram nas suas
medíocres conspirações partidárias internas, pois, para eles, é preciso que
tudo continue na mesma.
A desgraça dos Portugueses é se conformar perante
isto.
Não há, entre dez milhões de Portugueses, quem esteja
disposto a inovar politicamente e a dar uma sapatada na Situação?!…
Funchal, 18 de Novembro de 2016
Alberto João Cardoso Gonçalves Jardim (pagina pessoal do Facebook)
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