sábado, fevereiro 14, 2015

Portugal só cresceu 5,6% desde a criação do euro

Segundo a jornalista do Económico, Marta Moitinho Oliveira, "a economia portuguesa aumentou 0,9% em 2014, interrompendo três anos seguidos de recessão económica. Desde 1999, data da criação da zona euro, Portugal cresceu 5,6% em termos acumulados. A subida do PIB verificada no ano passado - revelada hoje pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) - está em linha com as previsões para a economia portuguesa. Os analistas e as instituições nacionais e internacionais apontavam para um intervalo de variação do PIB entre 0,8% e 1%. O Governo de Passos Coelho apontava para um crescimento económico ligeiramente acima (1%) do verificado. Apesar dos resultados de 2014 terem tirado Portugal de uma recessão económica de três anos, o crescimento foi ainda tímido e à custa da recuperação da procura interna. E uma análise às taxas de crescimento reais verificadas desde a criação do euro mostra que o crescimento acumulado em 15 anos foi de apenas 5,6%. A zona euro foi criada em 1999, mas as novas notas e moedas só chegaram aos bolsos dos portugueses em 2002. Este período serviu de adaptação. O governo de então, liderado por António Guterres, e o Banco de Portugal foram apresentando todas as novidades do euro, nomeadamente quanto valia. Na foto, com data de Abril de 2001, é possível ver que um euro vale 200,482 escudos. O gráfico com a evolução da economia portuguesa revela que, entre 1999 e 2014, houve cinco anos em que a economia caiu. Em oito anos a economia cresceu, mas abaixo de 2% - a marca histórica considerada necessária para que haja criação de emprego. E em apenas três anos a actividade económica cresceu acima de 2%.
No período desde a criação da moeda única, a taxa de crescimento média do PIB foi de 0,4%.Segundo os dados do INE, a economia cresceu 0,5% no último trimestre do ano face aos três meses anteriores, o que permitiu uma variação homóloga (face ao mesmo trimestre do ano anterior) de 0,7%. Esta taxa traduziu-se num abrandamento face ao trimestre anterior, em resultado de um "contributo menos positivo da procura interna comparativamente com o verificado no trimestre anterior, reflectindo a desaceleração do consumo privado", diz o INE. Na zona euro, a taxa de variação em cadeia foi mais baixa (0,3%) e a variação homóloga foi mais alta, igual a 0,9%"