quinta-feira, janeiro 22, 2015

Grécia: Os números que não pode perder

"Não há novidade: quem governa em tempos de crise sai geralmente prejudicado nas eleições seguintes. E o que está a acontecer na Grécia é só mais uma prova de que os cidadãos estão a culpar o Pasok e Nova Democracia pelos últimos anos de austeridade.
Os números que não pode perder:
40% quer sair do euro
A saída da zona euro é um cenário menos provável do que era em 2012, quando foi negociado o segundo resgate financeiro. No entanto, quase 40% dos cidadãos ainda acredita que um corte com a moeda única é a solução para os problemas do País. Mas não é de estranhar porque em 2011, quando a Grécia se juntou ao euro, apenas metade da população apoiou a mudança.
Salário mínimo cresceu 64%
Durante os últimos quatro anos as críticas da troika foram ferozes: os gregos viviam largamente acima das suas possibilidades e o culpado foi o euro. Para se ter uma ideia, o salário mínimo nacional cresceu 64% entre 2000 e 2010, enquanto nos restantes países do velho continente se manteve praticamente inalterado - Se em 2000 o salário mínimo era de 457,66 euros, em 2010 o valor mínimo pago pelas empresas era de 751,39 euros. Com a crise o corte foi drástico, regressando para 586 euros - ainda assim acima do que é pago em Portugal.
24 mil milhões gastos com Jogos Olímpicos 
Os gastos dos vários governos sempre foram controversos. Mas não há polémica como a dos Jogos Olímpicos de 2004. Bem antes de qualquer indício de crise no futuro, o País envolveu-se numa empreitada que fez a fatura final que apontava para cerca de 6 mil milhões de euros (valor oficial) quase quadruplicar. Foi o início da desconfiança dos parceiros europeus que não viam como a Grécia tinha tanto DINHEIRO para investir.
O primeiro a pedir ajuda 
A Grécia foi o primeiro país a pedir ajuda internacional. O pedido para 110 mil milhões de euros surgiu em abril de 2010 depois de o défice ter ascendido a 15,6% em 2009. Nesse primeiro ano de ajuda caiu para 11%, mas as campainhas tocavam alto na zona euro. Mas o primeiro resgate, que não foi bem sucedido. O país foi associado a um aluno mal-comportado e que teimava em não reestruturar as contas ou a dívida. Em março de 2012 a Eurppa aceitou fazer uma reestruturação de dívida e abriu caminho a um novo apoio internacional de mais 130 mil milhões.
Um quarto ficou sem EMPREGO 
Em 2001, o desemprego na Grécia já era o mais elevado da zona euro, estando fixado em 11%. No pico da crise financeira, a destruição de EMPREGOS foi massiva. Mais de um quarto dos gregos ficou sem posto de trabalho. No caso dos jovens o drama foi ainda maior com a taxa a subir para 60%.
Maioria foge aos impostos
A evasão fiscal e a economia paralela foram um dos problemas mais notórios do País. Em 2009, os trabalhadores independentes esconderam 28 mil milhões de euros das autoridades fiscais, de acordo com um estudo da Universidade de Chicago. A correção chegou com a troika e, em 2014, a previsão apontava para que a receita fiscal pudesse subir de 200 milhões de euros para 300 milhões, graças a alterações nos modelos de faturação e pagamentos.
Quinta maior emigração da UE
A emigração foi sentida fortemente na Grécia. Em 2012, foi o quinto mais com maior registo de saída de população: 52 mil pessoas. Só a Irlanda, Letónia, Estónia e Lituânia ultrapassaram estes valores" (fonte: Dinheiro Vivo)