sexta-feira, setembro 19, 2014

Escócia: É oficial - o Reino continua Unido...

Li aqui que "o dia 18 de setembro de 2014 ficará marcado na História como o dia em que os escoceses recusaram ser independentes. Ganhou o Reino Unido, mas com resultados que deixam os nacionalistas satisfeitos: 55% dos eleitores votou “Não”, porque quer manter-se sob alçada de Westminster; 45% votou pela independência. O resultado destas eleições representa, no entanto, mais poderes para a Escócia. Foi esse o argumento do Reino Unido, pela boca do primeiro-ministro britânico David Cameron, para convencer os eleitores em não votarem na independência. O Parlamento escocês quer ter mais autonomia na decisão de mais matérias, mesmo que delegadas. Cameron só não prometeu a independência económica e fiscal, mas mesmo sim saiu vencedor das eleições.
Salmond espera que Reino Unido honre compromisso
O líder do Partido Nacionalista Escocês, Alex Salmond, assumiu a derrota, mas congratulou-se com os resultados. Na declaração que fez esta sexta-feira as 6h15, na capital escocesa, Edimburgo, o governante deixou, no entanto, o aviso ao Reino Unido: “espero que honrem o compromisso de devolver mais poderes à Escócia”. E ouviram-se aplausos. Salmond sublinhou que essa delegação de poderes deveria ter prazos. O líder do movimento separatista congratulou-se, ainda assim, com os resultados. Mais de 1,5 milhões de eleitores votaram pela independência e isso mostra qual é caminho e o “futuro da Escócia”. Por outro lado, Salmond elogiou a participação eleitoral: 85% dos eleitores registados. E alguns foram às urnas pela primeira vez. “Conheci uma senhora de 61 anos que me disse, à saída da sala de voto, que era a primeira vez que votava”. Salmond também não esqueceu os mais jovens, uma vez que pela primeira vez uma votação foi alargada aos eleitores de 16 e 17 anos. “Provou-se que os jovens de 16 e 17 anos podem votar de forma responsável nos atos eleitorais”. Tranquilo e até emocionado, Alex Samond disse aceitar o “veredito democrático” e lembrou a todos os escoceses, mesmo os que votaram pela independência, que estes resultados foram apurados “de forma democrática”. O líder do movimento unionista, do Partido Trabalhista, Alistair Darling, fez a sua primeira declaração a partir de Glasgow. Também elogiou a participação cívica dos escoceses e usou a palavra “veredito” para os resultados. Alistair Darling reconheceu, no entanto, a percentagem de eleitores que defende a Escócia como um país independente. “Estas divisões têm que ser sanadas. Temos que mostrar que estas divisões podem unir-nos”, sugerindo transformar as diferenças em compromissos de mudança. No fim rematou com “Vamos Escócia. Vamos caminhar juntos”. Ouviram-se balões rebentar. E fitas azuis.
A festa em noite de referendo
A festa que se sentia em Glasgow antes do fecho das urnas não se confirmou. Na cidade sede do desejo independentista, em plena Praça George, havia bandeiras azuis e brancas, homens que tocam gaita-de-foles, mulheres que pintam bandeiras nas caras das crianças. Literalmente todas as bandeiras, todas as manifestações públicas, à vista eram a favor do sim à independência. Em Edimburgo o desejo era outro, o de manter as relações com Londres. Sabia-se que ia ser renhido e que o dramatismo ia imperar. A noite ainda vai a meio, mas a tendência está traçada. O não vai vencer e o Reino vai continuar Unido, a fidelidade à Coroa continua a dominar"