Li aqui que "as últimas sondagens antes do referendo sobre a independência da Escócia, que hoje se realiza, ainda não apontavam com clareza vencedores nem vencidos. Apesar do sim à separação do Reino Unido ter perdido bastante força, ficando com 49% das intenções de voto, a ligeira vantagem de 2% do não continua a não dar qualquer segurança aos unionistas e o resultado é praticamente um empate técnico, dado o grande número dos quase quatro milhões de inscritos para votar que ainda não se decidiu. Vão ter que ser os cerca de 14% de indecisos a fazer pender os pratos da balança inequivocamente para um dos lados, depois de terem hesitado até ao último minuto - o momento verdadeiramente de colocarem o voto na urna - entre o desejo de se libertarem ao fim de 307 anos do Reino Unido e os receios de um país que ficará só por sua conta e risco. As interrogações são ainda muitas. Será o dinheiro da exploração do petróleo do Mar do Norte suficiente para superar os inúmeros desafios que se colocarão a uma Escócia política e economicamente independente? Sem o conforto da libra como moeda, muitas dúvidas quanto à aceitação do país na União Europeia - e muito menos no euro - e poucas certezas numa aliança com a Noruega? E se, ao contrário de se tornarem numa segunda Noruega, o tiro sair pela culatra e se tornarem numa segunda Grécia? Mesmo que o desejo de autodeterminação tenha falado até agora mais alto, é muito provável que na hora de votar muitos escoceses recuem face aos riscos de uma decisão sem retorno, nem a possibilidade de emendar a mão depois e optem por manter a segurança que têm agora.. Até porque em termos de autonomia não se podem queixar muito e os três maiores partidos britânicos juraram que lhes vão dar mais se ganhar o não. Iinclusive terem a última palavra no que se refere ao serviço público de saúde escocês, que foi uma das principais bandeiras levantadas na campanha a favor da independência. Se no fim disto tudo imperar o sim à separação do Reino Unido a somar mais votos no resultado do referendo de hoje, então as incertezas não se vão ficar só pela Escócia, alargando-se inevitavelmente ao que ficar do Reino Unido e à própria União Europeia"