quinta-feira, setembro 18, 2014

Como seria o mapa da Europa se houvesse uma vaga independentista?

Escreve o Expresso que "existem atualmente na União Europeia 37 movimentos nacionalistas e regionalistas representados na European Free Aliance (mais três como observadores), partido político representado junto do Parlamento Europeu. Espanha, com os casos da Andaluzia, Aragão, Canárias, Catalunha, Galiza e País Basco, assume especial destaque. Esta quinta-feira, por exemplo, representantes das forças políticas nacionalistas foram ao Congresso de Deputados, a Madrid, para saudar o processo de referendo sobre a independência da Escócia. Em declarações aos jornalistas, líderes políticos bascos, catalães, canários e galegos saudaram o povo escocês pela sua opção de exercer o direito de autodeterminação e as autoridades britânicas por permitirem a consulta, apelando ao Governo espanhol para que "ouça e aprenda". Também o chefe do Governo basco manifestou intenção de "avançar pelo caminho" da Escócia. Para Iñigo Urkullu, o caso escocês demonstra que pela "negociação e acordo" é possível decidir o futuro político em liberdade. Discursando no Palácio Intsausti de Azkoitia (Giouzkoa), onde presidiu ao ato de comemoração do 250º aniversário da Real Sociedad Bascongada de los Amigos del País, Iñigo Urkullu defendeu que o futuro da região é a Europa, "unida na diversidade" e transformada "num modelo de nova governação, baseada no diálogo e no acordo e na soberania partilhada". Esta sexta-feira, o parlamento regional da Catalunha reúne-se em plenário extraordinário para aprovar a Lei de Consultas, o instrumento jurídico com base no qual o Governo regional pretende convocar a ida às urnas sobre independência para 9 de novembro. Também a França acolhe pretensões independentistas. A União Democrática da Bretanha, que defende maior autonomia para uma região que foi independente do Reino de França até 1532, convocou uma "grande manifestação pela unidade" para 27 de setembro, em Nantes. A sul, o Partido Occitânica, formado em Toulouse em 1987, sonha com o reconhecimento de uma comunidade que fala uma língua - occitana - que terá surgido no século IX e que liga alguns vales dos Alpes italianos a alguns aragoneses nos Pirenéus espanhóis. Seja qual for o sentido de voto dos escoceses, a pura e simples realização do referendo abriu uma janela de esperança aos movimentos e partidos independentistas europeus. E não são assim tão poucos".