Li hoje no Sol que “enquanto Passos Coelho e
Paulo Portas se esforçam por acertar agulhas na coligação ao mais alto nível, a
tensão entre PSD e CDS alastra nas bases. O líder do PSD-Lisboa, Mauro Xavier,
não quer que o seu partido continue a ser “barriga de aluguer” do CDS e já
disse ser contra uma candidatura conjunta dos dois partidos às próximas
legislativas. Segundo o Expresso, vai apresentar nesse sentido uma moção ao Congresso
do PSD, em Fevereiro. Ao SOL, o presidente do CDS-Lisboa, João Gonçalves
Pereira, reage, acusando Mauro Xavier de fazer “declarações infelizes, sem pés
nem cabeça” e “num momento inoportuno”, pois antes das legislativas há ainda
eleições europeias. “Não quero acreditar que um dirigente do PSD esteja a
admitir eleições legislativas antecipadas”, acrescenta. “O problema não se põe.
Os partidos irão cada um por si, como sempre foram”, afirmou, por seu turno, o
líder da distrital de Lisboa do CDS, Telmo Correia, em declarações ao i. Na
distrital de Lisboa do PSD, as declarações de Mauro Xavier também motivaram
algumas críticas por serem consideradas “extemporâneas”. “Não ajudam a um bom
relacionamento entre os dois partidos em Lisboa”, insiste Gonçalves Pereira,
desafiando os apoiantes de Xavier – que foi reeleito líder concelhio no último
fim-de-semana – a pronunciar-se. Na verdade, as próximas eleições serão as
europeias, em Maio de 2014, em que PSD e CDS vão concorrer coligados, segundo
um acordo feito no início de Julho entre Passos e Portas, na sequência da crise
política provocada pela demissão do líder do CDS do Governo. Mas, por sinal,
esta estratégia conjunta também não é pacífica no CDS. Pedro Pestana Bastos,
membro da Comissão Política, considera que o CDS deve apresentar uma lista
“própria” e liderada pelos actuais eurodeputados Nuno Melo e Diogo Feio. E
curiosamente, como escreveu esta semana no Facebook, acaba por falar também
sobre as legislativas: “O PSD naturalmente que tem todo o direito de defender
que o PSD deve ir em listas próprias. Eu, aliás, vou defender o mesmo”. A
questão de uma AD nas legislativas torna-se mais relevante se houver eleições
antecipadas em simultâneo com as europeias – cenário que não é de excluir pois
esse calendário ‘cola’ com o fim do programa de assistência da troika e há
ainda o risco de um segundo resgate a Portugal”.