terça-feira, novembro 26, 2013

Passos mirra folha salarial pública até mínimos europeus...



Escreve o DinheiroVivo que “a avaliar pelo peso dos salários pagos no total da economia, o Governo e troika vão transformar o Estado português num dos mais leves da Europa. A acreditar nas previsões de Bruxelas até 2015, será muito mais leve do que o dos outros dois países intervencionados – Irlanda e Grécia. Em 2007, quando começou a crise financeira, e ainda antes desta ter passado para as dívidas soberanas, Portugal tinha a sétima folha salarial pública (massa salarial paga) mais pesada dos 27 países da União Europeia: 12,1% do produto interno bruto (PIB), num ranking liderado então pela Dinamarca e a Suécia. No final do ajustamento, em 2015, o panorama será radicalmente diferente: o peso dos salários rondará 8,8% do PIB, o sétimo mais baixo da união de 28, já com a Croácia. As medidas do atual ajustamento, que incidiram sobretudo sobre os funcionários públicos e os pensionistas, foram de tal forma pesadas sobre os trabalhadores públicos portugueses que estes ganham por larga margem quando se compara com os outros processos de ajustamento em curso. Entre 2007 e 2015, Portugal será o recordista europeu na redução do peso dos salários públicos na economia: menos 3,2 pontos percentuais do PIB, isto é, quase cinco vezes mais do que na Irlanda. Esta semana, noticiou o Diário Económico, o Governo estaria a ultimar um estudo para enviar ao Tribunal Constitucional para defender que os cortes salariais nacionais até são menos lesivos do que os da Irlanda, por exemplo. Deverá escolher uma análise mais micro, pois em termos macroeconómicos não há grande volta a dar. Para além de ser recordista no corte da massa salarial em percentagem do PIB no período de 2007 a 2015, Portugal terá ainda o maior corte nominal em toda a Europa no período em causa. Isto é explicado pelas medidas que cortam direta e indiretamente as remunerações os funcionários, claro, mas pelo próprio emagrecimento dos serviços, via não renovação de contratos ou passagem à aposentação. Ontem, o secretário de Estado desta área, Hélder Rosalino, recordou que “no último ano e meio, saíram 53 mil funcionários públicos”. De 2007 a 2015, a folha salarial terá assim uma redução de 25,6%: há seis anos, o Governo gastava 20,5 mil milhões de euros com empregados; daqui a dois anos a despesa será de 15,2 mil milhões. Nos próximos dois anos, a massa salarial pública levará o maior corte da Europa: 13,1%”