Li no site da SIC que “a proposta de Orçamento do Estado (OE) para o próximo ano contraria a principal exigência da troika. Segundo a fórmula dos credores internacionais, a consolidação orçamental devia ser feita dois terços pelo lado da despesa e um terço pelo do lado da receita. Mas é ao contrário. Aliás, mais do que ao contrário: a redução do défice vai fazer-se em mais de 80 por cento com aumento de impostos, para a despesa ficam menos de 20 por cento do esforço de ajustamento. A medida que mais vai render ao Estado é o aumento do IRS por via da redução do número de escalões, subida das taxas e criação de uma sobretaxa de quatro por cento. Estas alterações vão permitir arrecadar 2 mil 810 milhões de euros. Apesar do recuo na cláusula de salvaguarda, o IMI deve render 340 milhões de euros. O imposto de selo, que inclui a tributação dos bens de luxo, deve render 245 milhões de euros. Quanto ao IRC, que vai subir para as empresas com lucros superiores a sete milhões e meio de euros, deverá representar uma receita de 215 milhões de euros. Segue-se o agravamento dos impostos sobre o consumo, que deve render cem milhões de euros. A reposição parcial dos subsídios aos funcionários públicos e pensionistas também vai contribuir para a receita com 373 milhões de euros, que não compensam no entanto o impacto desta medida do lado da despesa. Do lado da despesa, os maiores cortes vão registar-se na protecção social. Mais de mil milhões de euros. Estão previstas reduções no subsídio de doença e de desemprego. Na lista de rubricas com maior peso segue-se a área das Finanças e da Administração Pública com uma poupança prevista de 927 milhões de euros. É aqui que se enquadram os cortes de pessoal que devem atingir os 630 milhões de euros. Os cortes nas pensões acima dos 1.350 euros devem permitir poupar 420 milhões de euros. Quanto às Parcerias Público-Privadas, a renegociação deve levar a uma poupança de 250 milhões de euros. Os cortes nas Fundações poderão permitir poupar outros 40 milhões de euros”.
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