quarta-feira, outubro 17, 2012

PSD: “Estudo do FMI comentado pelo Presidente da República não se aplica a Portugal”

Li no site da SIC que “o coordenador da Comissão Política do PSD sustentou hoje que o estudo do FMI comentado pelo Presidente da República no Facebook não se aplica a países sob ajustamento, como Portugal, que devem manter os compromissos assumidos. "Aquilo que foi imputado ao Presidente da República enquanto declaração é algo que, do nosso ponto de vista, não é relativo a Portugal. O Fundo Monetário Internacional (FMI) produziu um estudo que não se reportava aos países sob ajustamento e não se aplicava a Portugal, e foi sobre isso que o senhor Presidente da República se referiu", declarou Jorge Moreira da Silva aos jornalistas, em conferência de imprensa, na sede nacional do PSD, em Lisboa. Segundo o coordenador da Comissão Política do PSD, não existe, portanto, "nenhuma matéria para que se possa pôr em causa um conjunto de compromissos que existem com a 'troika', que foram celebrados por parte de Portugal com organizações internacionais". No sábado, o Presidente da República, escreveu na sua página na rede social Facebook que a diretora-geral do FMI, Christine Lagarde, e o economista-chefe desta instituição, credora de Portugal, tinham enunciado, em Tóquio, uma orientação que resumiu da seguinte forma: "Nas presentes circunstâncias, não é correto exigir a um país sujeito a um processo de ajustamento orçamental que cumpra a todo o custo um objetivo de défice público fixado em termos nominais". Cavaco Silva disse esperar que esta "orientação" do FMI chegasse "aos ouvidos dos políticos europeus dos chamados países credores e de outras organizações internacionais". Questionado sobre este comentário do Presidente da República, o coordenador da Comissão Política do PSD começou por referir que não tem por hábito "comentar 'posts' do Facebook", mas que neste caso iria abrir uma exceção, "uma vez que houve uma tão grande divulgação dessa iniciativa no Facebook". Jorge Moreira da Silva considerou depois que "algumas interpretações que foram feitas a partir dessa declaração não são validadas do ponto de vista da realidade" e assinalou as políticas que têm sido seguidas pelo FMI, em detrimento dos estudos. "Naturalmente, os estudos são sempre importantes, mas o que é relevante, porque é algo que é definitivo, que é válido, são as políticas do FMI", advogou, acrescentando que esta instituição entende que os países com "condições económicas mais favoráveis" devem promover "um aumento do consumo e, dessa forma, um aquecimento da economia". No entanto, "isso não se aplica aos países sob ajustamento", quanto aos quais "o FMI tem uma política muito clara, que é a de recomendar que possam reduzir o seu nível de endividamento o mais depressa possível, para poderem conquistar, do ponto de vista das opções política e económicas, a sua soberania o mais depressa possível", completou”.