Segundo a jornalista do Correio da Manhã, Cristina Serra, "aspirinas e paracetamol, pensos, luvas, compressas esterilizadas, pinças, tesouras, papel para as marquesas ou para limpar as mãos são exemplos de produtos que faltam nos centros de saúde, segundo os sindicatos dos enfermeiros. O Ministério da Saúde afirma desconhecer queixas das unidades que resultem da falta de materiais ou medicamentos. Guadalupe Simões, dirigente do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP), afirma ao CM que faltam produtos "dos mais básicos". Acrescenta que a "ruptura de alguns materiais já entrou na rotina dos profissionais, que se habituaram a viver na carência e vão contornando as situações". O problema tende a agravar-se, segundo a dirigente, devido à crise que o País atravessa. Pedro Frias, do SEP, salienta que a falta de medicação e de materiais "prejudica a qualidade e a quantidade" dos cuidados prestados às populações. A par da dificuldade na reposição dos stocks, enfermeiros ouvidos pelo CM queixam-se de que o material nunca chega na quantidade pedida, "é sempre menos de metade". Cunha Ribeiro, presidente da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARSLVT), afirma ao CM "não ter informação" de falhas de materiais nem de queixas dos centros de saúde. Salienta, porém, que "proibiu" o armazenamento dos produtos. "As unidades devem ter em stock o mínimo e consoante as necessidades, para evitar desperdícios", afirmou Cunha Ribeiro. A existência de medicamentos fora do prazo, que têm um "custo de muitos milhares de euros", fundamentou a decisão da proibição de haver grandes stocks.
VACINAS DA GRIPE SÃO POUCAS
Os centros de saúde queixam--se de que não têm vacinas da gripe em quantidade necessária para vacinar as pessoas, em especial os idosos com mais de 65 anos, que este ano têm direito à vacinação gratuita. Uma Unidade de Saúde Familiar (USF) da região do Porto, com 13 mil utentes e 1700 idosos com mais de 65 anos, recebe por semana 300 vacinas da gripe. Uma outra USF, da região de Lisboa, com 15 mil utentes e 1800 idosos, recebe 200 vacinas por semana. Fonte de uma USF afirmou ao CM que, perante a escassez de vacinas face à grande procura, só estão a ser vacinados "os grupos de risco". E explica: "Se aparecerem utentes com mais de 65 anos sem doença, não vacinamos agora, marcamos para mais tarde, porque estamos a dar prioridade aos doentes crónicos e imunodeprimidos", afirmou.Fonte da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo afirmou ao CM que distribui 35 mil vacinas por semana. Segundo o Ministério da Saúde, na primeira semana da vacinação já foram vacinadas 200 mil pessoas com mais de 65 anos"