sexta-feira, fevereiro 17, 2012

Ministros da Economia e das Finanças sob ameaça

Segundo o DN de Lisboa, "as ameaças à integridade física dos ministros da Economia e das Finanças puseram a PSP em alerta máximo. Desde há duas semanas que Álvaro Santos Pereira e Vítor Gaspar não saem nem de casa nem dos ministérios sem escolta do Corpo de Segurança Pessoal da PSP. O DN sabe que relativamente a outros membros do Governo, para quem a lei já prevê atribuição permanente de guarda- costas, foram reforçados também os níveis de prevenção. Ao que o DN apurou, a crise económica e a consequente contestação social ao Governo levaram a uma elevação do grau do risco definido pela PSP em relação a possíveis ações violentas contra vários membros do Executivo. Vítor Gaspar e Santos Pereira foram os governantes mais suscetíveis de serem alvos de ameaça, pelo que foi determinado que passassem a ser acompanhados para todo o lado com elementos da segurança pessoal da PSP. A medida vigora há cerca de duas semanas. Segundo fonte daquela polícia, a avaliação de ris co foi feita ao mesmo tempo para os dois membros do Governo, tendo- se concluído que o grau de ameaça já estava classificado numa categoria de segurança superior, como o da Administração Interna, Justiça e Defesa Nacional. Álvaro Pereira é o ministro que tem liderado os dossiers mais difíceis em termos de contestação social, nomeadamente o fim das Scut, o aumento dos transportes e o encerramento em série de múltiplas empresas. No caso das Scut, registaram- se, inclusive, situações em que foram usadas armas de fogo para destruir pórticos de cobrança. Contudo, Álvaro Pereira tem mostrado uma atitude serena relativamente aos protestos. Em janeiro compareceu, com os filhos, perante cerca de três mil pessoas que à porta do seu ministério A segurança pessoal do ex- primeiro ministro José Sócrates teve também de ser reforçada no início de 2010 quando a crise fez aumentar as contestações sociais. Todas as deslocações do ex- governante passaram a estar submetidas a uma avaliação prévia do risco e as medidas de prevenção definidas para um grau superior da ameaça a que estava habitualmente sujeito. Na altura foi detetada uma ameaça num site de movimentos anarquistas – semelhantes aos que têm estado envolvidos na violência na Grécia. cantaram as Janeiras em protesto contra o fim das obras do Ramal da Lousã. Vítor Gaspar, por seu lado, tornou- se o rosto de todas as medidas de austeridade que afetam, sobretudo, os funcionários públicos. Para a PSP, o grau de risco é idêntico ao de Álvaro Pereira. O Ministério da Economia não quis comentar, ao passo que o gabinete de imprensa das Finanças negou que a segurança do ministro tenha sido reforçada.


Países em crise


Este aumento da segurança pessoal dos governantes tem sido comum em países afetados pela crise económica. A 24 de junho de 2010, Michalis Chrysohoidis, então ministro da Ordem Pública da Grécia, escapou por pouco a uma bomba enviada para o local de trabalho. O embrulho, armadilhado, explodiu nas mãos do chefe da segurança do governante, tendo este morrido. A 9 de dezembro de 2011, foi a vez do diretor- geral de impostos de Itália, Marco Cuccagna, que perdeu a falange de um dedo ao abrir um envelope armadilhado. Em 2009 e em 2010, o Presidente francês Nicolas Sarkozy e o então primeiro- ministro de Itália Silvio Berlusconi receberam cartas ameaçadoras com balas.


PSP acompanha altos quadros da ‘ troika’


Os altos funcionários que integram a troika são acompanhados 24 horas/ dia pelo corpo de segurança pessoal da PSP desde o momento em que entram em território nacional até que o abandonam. Segundo fonte policial, a proteção é feita somente aos altos quadros do Fundo Monetário Internacional, Comissão Europeia e Banco Central Europeu. Os quadros médios já não têm o mesmo tipo de tratamento. A segurança foi imposta pelo Estado português porque de início ela foi rejeitada pela equipa da troika.

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