Escreve o jornalista do Diário dos Açores, Marco Henriques que a "rampa ro-ro, no Cais de Cruzeiros de Ponta Delgada, nas Portas do Mar, que futuramente será utilizada pelos ferrys inter-ilhas está concluída, numa obra feita em tempo recorde (metade do previsto), e um investimento que ascende aos 400 mil euros. Realizada em pouco mais de dois meses, quando no projecto inicial tudo apontava para quatro meses, o investimento de cerca de meio milhão de euros está pronto a ser utilizado, mas ao que tudo indica o navio “Hellenic Wind” (antigo “Viking”), fretado pela AtlânticoLine à Hellenic Seaways não conseguirá dar o devido uso à rampa do Cais de Cruzeiros. Ao que o DA conseguiu apurar, as dimensões da rampa ro-ro, que reduziram o cais interior em cerca de 20 metros, são demasiado baixas pelo que ficará inferior ao casco de um navio como o “Hellenic Wind”. As mudanças que esta obra fez, limitam, ao mesmo tempo, os barcos que poderão acostar neste cais, uma vez que reduziu o comprimento deste cais, diminuindo consequentemente o número de barcos que antes poderiam atracar (num cais com cerca de 100 metros de comprimento). O DA tentou, ao longo desta semana, contactar por diversas ocasiões a Administração dos Portos das Ilhas de São Miguel e Santa Maria que esteve, até então, indisponível para confirmar ou desmentir tal situação. No entanto, segundo o que a nossa reportagem conseguiu apurar junto de fontes bem colocadas, a embarcação fretada pela Atlânticoline não terá condições, por exemplo, para realizar as operações de entrada e saída de veículos, uma vez que a rampa da traseira do navio atingiria uma altitude demasiado alta sobre a rampa ro-ro. A nova rampa do cais de cruzeiros de Ponta Delgada com dimensão de 35 metros de largura e 24 metros de comprimento e construída numa cota de -5,5 vai, assim, impedir que diversas embarcações acostem neste cais interior por via da redução do mesmo e, ao que tudo indica, pelo menos nos próximos dois a três anos (duração que poderá aumentar caso se continue a apostar nos navios que realizam actualmente as viagens inter-ilhas), não terá a utilização contínua que se estaria à espera e reduziria os tempos de embarque de passageiros e automóveis. Se as dimensões a que esta rampa foi projectada podem estar em consideração com os novos navios que venham a operar na Região, como nos foi referido por Carlos Alberto Silva, Presidente de Administração da Portos dos Açores, é sabido, simultaneamente, que tal poderá vir a suceder-se num espaço a médio prazo, uma vez que o imbróglio da aquisição dos novos navios a operar inter-ilhas parece não ter fim à vista. A salientar o facto de, até ver o contrário, este investimento, significativamente avultado ( e que se está a estender aos outros portos da Região, casos de Praia da Vitória, Lajes das Flores, Santa Maria), estar, por enquanto, sem uma utilização definida mesmo sabendo que as obras para a sua construção foram efectuadas em metade do tempo, claramente uma forma de estar atempadamente em funcionamento para a entrada ao serviço do “Hellenic Wind”, prevista para 7 de Junho".
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