Lio aqui que "a Subcomissão de Trabalhadores da RTP/Açores considerou ontem "urgente" averiguar a alegada ingerência do poder político na informação e alinhamentos do canal público regional, uma denúncia do PCP que ainda não mereceu qualquer comentário da direcção. Em comunicado, a Subcomissão de Trabalhadores explica que resolveu pronunciar-se agora publicamente por ter sido confrontada com "uma série de eventos que abalam a estabilidade e o prestígio" da RTP/Açores. A 18 de Janeiro o PCP/Açores alertou para o facto da "qualidade da democracia açoriana e a dignidade dos profissionais" da televisão pública no arquipélago terem "sofrido graves atentados", acusando o Governo regional de "tentar alterar alinhamentos e conteúdos noticiosos". No dia seguinte o Governo Regional reagiu, classificando as afirmações do líder comunista nos Açores, Aníbal Pires, de "desrespeitadoras das instituições e das pessoas" e "uma falsidade", uma polémica que não motivou, até ao momento, qualquer reacção da direcção da RTP/Açores. Embora sem provas de ingerência, a Subcomissão de Trabalhadores garante que existem dados que comprovam "uma atitude de pressão arrogante e prepotente", apontando o caso de uma jornalista acusada de tentativa de desinformação pelo Governo açoriano e o "subserviente pedido de desculpas" feito ao presidente do Governo Regional por uma reportagem que este não terá gostado. Ao completar um ano de actividade, a Subcomissão de Trabalhadores refere, ainda, que a recente "cascata de demissões" entre a equipa directiva não pode ser vista como "um sintoma de boa saúde" na empresa. Segundo os trabalhadores, a demissão das chefias de informação na rádio e televisão pública no arquipélago revelam "instabilidade" no centro regional e a "ruptura" de um projecto que "não consegue reunir os necessários consensos". A decisão do Conselho de Administração de criar, em Lisboa, um Gabinete de Apoio às Operações Regionais (GAOR) é outro dos assuntos que está a deixar os funcionário apreensivos, por ser reveladora de "falta de confiança" nos directores nos Açores e Madeira. Os trabalhadores alertam, também, para o agudizar das condições de trabalho, recordando que a promessa de um novo edifício para o centro regional de Ponta Delgada ainda "nem no papel existe". "O Conselho de Administração encomendou estudos no sentido de comprimir todos os serviços num único edifício, que foi construído para acomodar apenas a rádio", refere o comunicado da Subcomissão de Trabalhadores, que pede respeito. "A RTP/Açores é uma instituição essencial na vivência social, política e económica da autonomia açoriana e só pode desempenhar as suas funções num contexto de independência e estabilidade interna, que lhe garantam prestígio e credibilidade junto do público".
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