Um país tendencialmente pessimista, segundo o mais recente barómetro da Aximage para o JN e a TSF. Nível de vida vai ser pior que o dos pais, segundo 48% dos inquiridos. País estará pior dentro de um ano (60%). É o retrato de um país tendencialmente pessimista aquele que resulta do mais recente barómetro da Aximage para o JN e a TSF. Seja na evolução da economia no curto prazo, seja sobre o futuro de Portugal, mas sobretudo quando está em causa o nível de vida dos filhos: são muitos mais os que julgam que será pior (48%) do que os que acreditam que poderá melhorar (30%).
Comecemos pelas perspetivas sobre a evolução da economia: no curto prazo, ou seja, dentro de um ano, quase dois terços (60%) acham que a situação vai piorar. No médio prazo, ou seja, dentro de três anos, tanto é possível vislumbrar um copo meio cheio como um meio vazio: na primeira versão, destacam-se os 43% que admitem que a economia estará melhor; na segunda, podemos somar os 47% que imaginam um cenário igual (22%) ou pior (25%) do que o da crise que o país já hoje atravessa.
País em má direção
Há também uma visão tendencialmente negativa quando a pergunta incide sobre o futuro de Portugal. São mais os que pressentem que segue em má direção (34%) do que aqueles que acreditam numa boa direção (32%), ainda que exista uma terceira parcela, quase tão importante como as duas primeiras, segundo a qual o caminho não é bom nem mau (28%).
O pessimismo atinge o seu aspeto mais vincado quando o futuro é medido tendo em conta o nível de vida dos filhos. Praticamente metade dos portugueses antevê que será pior (48%) e menos de um terço que será melhor (30%). As mais preocupadas são claramente as mulheres, uma vez que 53% antevê uma vida mais dura para os filhos.
A preocupação com os filhos é uma exceção, uma vez que, analisando as respostas dos vários segmentos da população, as mulheres não estão entre os mais negativos. O perfil do pessimista é mais masculino do que feminino e inclui sobretudo os habitantes da região Centro, a faixa etária dos 50 aos 64 anos e os que fazem parte da classe média baixa (mas não os que estão mesmo no fundo da escala).
Maior otimismo a norte
O retrato dos otimistas é menos claro, embora seja possível perceber que estão mais concentrados a Norte e entre os que têm 65 ou mais anos (embora os mais velhos sejam, de forma paradoxal, os mais pessimistas no que diz respeito ao nível de vida dos seus filhos). Quando a análise respeita ao sentido de voto dos portugueses, não há surpresas quanto a quem está mais otimista: os eleitores do PS dominam claramente em todas as perguntas (embora seja importante acrescentar que, no que diz respeito ao nível de vida dos filhos, também as previsões dos socialistas são mais negativas que positivas). Entre os mais pessimistas ressaltam os eleitores do Bloco, os que optam pelos partidos à Direita do PSD (CDS, Chega e Iniciativa Liberal) e de forma um pouco mais moderada os que votam no PSD (Jornal de Notícias, texto do jornalista Rafael Barbosa)
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