Há
coisas que me irritam, porque continuam a meter partidos onde não eles não se
devem meter. O mal foi tudo o que se passou antes das eleições regionais e um
alegado acordo de "cavalheiros" sobre o esquartejar da saúde regional
e consequente distribuição de lugares a pessoas insatisfeitas que acreditaram
que o PS ganharia as eleições regionais. Não questiono a legitimidade das
ambições pessoais, porque isso é assunto pessoal e desconfio sempre das pessoas
que não são ambiciosas, algo que é naturalmente humano. Mas os caminhos
escolhidos e os métodos adoptados é que foram francamente um absurdo
insultuoso.
Poderia
retomar essas histórias, factuais, mas não faço, histórias viagens, reuniões,
protagonistas, pretensos acordos, sondagens abusivamente realizadas em
serviços, antes das eleições, tentativas de avaliação das reações de
profissionais a nomes atirados ao "acaso" como alegados chefes
futuros, pessoas que nunca tiveram qualquer envolvimento político-partidário
activo ou efectivo, mas que de repente passaram a marcar presença em reuniões
partidárias dedicadas ao tema da saúde, estimuladas sabe-se lá pelo quê, etc.
Mas à
cautela, não fosse o "diabo tecê-las", os mentores precaveram-se e
até criaram ligações a todos os partidos potencialmente participantes de uma
solução governativa pós-eleições regionais de 2019 - PS, PSD e CDS.
Agora,
por encomenda de algum deles, andam a tentar vender uma tempestade onde nem
existem ondas. O problema é simples e nem falo na patifaria, diria na rasteira,
que fizeram a FG, processo que um dia espero seja revelada toda a verdade,
comprovando como foi usada para que alguém atingisse a
"inevitabilidade" de um convite com o qual sempre sonhou,
"forçando-o" a uma decisão com a qual sempre sonhou e que na realidade
sempre desejou para si. Falhou, merecidamente! Porque a falsidade, a
deslealdade, a mentira e a hipocrisia não podem ser premiadas numa política já
tão carecida de seriedade e de ética.
A
saúde não é um bolo que se parte em fatias. Por isso esta submissão partidária
idiota e irritante de uns em relação a outros, tudo por causa do perfume do
poder, que o incapacita quer de acabar de uma vez por todas com estas
sacanagens de bastidores, quer de explicar às pessoas, limpinho,
limpinho, o que realmente se passou, ao que me consta desde escolhas marcadas
por alegada ilegalidade decorrente apenas, ao que me contaram, da falta de
currículo profissional legalmente exigido. Sem esquecer o espectro de uma
ameaça da Ordem dos Médicos, que estava pronta a avançar, de retirada da
idoneidade ao serviço, com tudo o que de escandaloso e grave daí resultaria. Ou
seja, em vez de andarem alguns jornais a alimentarem pretensas divergências,
ainda por cima generalizando a confundindo uma árvore com a floresta (julgo que
existem 32 direcções de especialidades clínicas no SESARAM…), melhor seria que,
de uma vez por todas, fizessem a cronologia de tudo o que se passou e acabassem
com qualquer veleidade, repito, quanto ao alimentar de pretensas polémicas fabricadas,
que têm rosto, propósitos e agenda pessoal. Até acredito que era capaz de
desvendar a origem e as intenções subjacentes a tudo isto... Fico-me por aqui, porque
recuso ser envolvido ou "legitimar" uma pretensa polémica.
Aproveito
para insistir no desafio que uma vez aqui deixei: alterem a legislação (não sei
se isso é possível ou se impera a legislação nacional…), sejam inovadores se
necessário for, e assegurem que no futuro tanto a Direcção Clínica do SESARAM como
as chefias dos diferentes serviços de especialidade médica (ressalvo que nada
tenho contra as pessoas que desempenharam ou desempenham esses cargos, nem me
reconheço qualquer competência ou legitimidade para emitir juízos de valor ou
questionar a experiência e competência de todos eles), sejam eleitas pelos
profissionais, em moldes a serem definidos orgânica ou regulamentarmente, para
que se acabem com imposições políticas e com lamentáveis negociatas partidárias
de bastidores, ou até mesmo chantagens, que em nada abonam a favor, nem de quem
aceita ser usado nesses contextos, nem dos serviço em causa.
Finalmente
deixo uma mensagem pessoal de gratidão pela forma como o Serviço Regional de
Saúde respondeu, apesar das dificuldades iniciais que foram generalizadas a
todo o mundo, aos desafios de uma pandemia que ninguém conhece e uma saudação aos
profissionais de saúde que estiveram neste combate.
Uma
mensagem de agradecimento reconhecido aos profissionais de saúde, a todos eles,
que nas diferentes áreas de actividade marcaram presença, muitos deles até foram
infectados ou mantidos em quarentena, exactamente porque responderam sempre ao
que lhes era pedido, correndo muitas vezes riscos que só o tempo e os suficientes
meios de protecção pessoal, paulatinamente foram impedindo males maiores.
Confesso
que esperava que nas condecorações do 1 de Julho, Dia da Madeira, fosse
atribuída ao SESARAM uma condecoração, não à instituição propriamente dita, mas
a ela apenas na qualidade de representante dos profissionais de saúde ao seu
serviço, como forma de expressão do reconhecimento da gratidão dos madeirenses aos
profissionais e ao serviço regional de saúde, pelo que fizeram até hoje e pela
forma atenta, eficaz, competente e pronta que continuará a ser-lhes pedida, porque
esta pandemia está longe de fazer parte do passado das nossas vidas e da nossa
sociedade.
Esperando ainda que a saúde de uma maneira geral, e os seus
profissionais, sejam devidamente valorizados e respeitados e que as promessas que
lhes foram feitas não caiam no esquecimento. Até porque está mais do que
provado que a saúde não mais será o que era até esta pandemia surgir. E isso é
que é o mais importante, e não andarmos a perder tempo com discussões idiotas e
inúteis que não interessam a ninguém e não passam de lixo (LFM)
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